Após o sucesso das mobilizações de 2024, que ocuparam estádios de futebol em todo o país, o programa Feminicídio Zero do Ministério das Mulheres se prepara para marcar presença também no Carnaval de 2025. O bloco de conscientização contra a violência será destaque no desfile das campeãs no Rio de Janeiro, no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher. A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, anunciou a novidade em entrevista à Voz do Brasil, no dia 5 de fevereiro, destacando que a ação será uma parceria com a Liga das Escolas de Samba, a Prefeitura do Rio, o Ministério da Saúde e a Fiocruz.
“Vamos estar no Rio de Janeiro com a mobilização do Feminicídio Zero. Nós vamos fazer o lançamento na Casa do Samba e depois nas quadras onde ocorrem os ensaios, discutindo com a população e com as escolas. No 8 de março, seremos o bloco de entrada das escolas no desfile (das campeãs): o Bloco do Feminicídio Zero, pra que a gente possa chegar a toda a população e falar com todo o povo”, afirmou a ministra, ressaltando o impacto da ação que visa a conscientização em grande escala, com a expectativa de alcançar um público massivo.
O Bloco do Feminicídio Zero será uma ação de visibilidade importante para um tema urgente e necessário: a violência contra a mulher. Durante o evento, serão discutidas questões de prevenção e mobilização social, destacando a importância de dar voz às mulheres e de criar uma rede de apoio mais eficaz para combatê-la. O desfile também servirá para promover o Ligue 180, a Central de Atendimento à Mulher, que foi amplamente divulgada no ano passado e teve um impacto significativo no aumento das denúncias de violência.
De acordo com a ministra Cida Gonçalves, as campanhas realizadas nos estádios e em outros meios em 2024 trouxeram resultados positivos, com a Central de Atendimento à Mulher recebendo 691.444 ligações no ano passado, um aumento significativo em comparação aos anos anteriores. “Reestruturar o 180, fazer um atendimento especializado, com equipe especializada só com mulheres, acho que fez com que as mulheres e a população, porque não são só as mulheres vítimas que ligam, mas a população que acredita de novo na política pública no 180 e aumenta o número de denúncias e de ligação”, explicou Cida.
Durante a entrevista, a ministra também destacou o perfil das vítimas de violência. Entre os registros em que foi declarada a raça ou cor da vítima, as mulheres negras representam a maioria das denúncias, somando 53.431 casos contra mulheres pardas e 16.373 contra mulheres pretas. Em comparação, mulheres brancas somam 48.747 denúncias, seguidas por mulheres amarelas (779) e indígenas (620). A violência psicológica continua sendo o tipo mais prevalente, seguida pela violência física, patrimonial, sexual, violência moral e cárcere privado.
Além da mobilização no Carnaval, a ministra também anunciou iniciativas para ampliar a rede de apoio às mulheres vítimas de violência. Em 2025, o governo federal planeja a criação de sete novas Casas da Mulher Brasileira e 13 Centros de Referência da Mulher, como parte do programa “Mulher Viver sem Violência”, com o objetivo de oferecer atendimento especializado e acolhimento a mulheres em situação de violência.
Atualmente, existem 10 Casas da Mulher Brasileira em funcionamento em diferentes estados, como Mato Grosso do Sul, Paraná, Ceará, São Paulo e outros. Outras 27 unidades estão em processo de construção. Estas casas oferecem acolhimento integral, com serviços de saúde, assistência social, jurídico e psicológico, além de ações educativas e de conscientização.
A ministra Cida Gonçalves enfatizou que a expansão desses centros é essencial para fortalecer a rede de proteção às mulheres em todo o Brasil, e a campanha do Feminicídio Zero será uma das principais estratégias de sensibilização e educação da população sobre a violência contra a mulher.
“Estamos avançando na criação dessas casas e centros de referência para garantir que as mulheres tenham onde buscar ajuda, apoio e segurança. A luta pela igualdade de direitos e pelo fim da violência contra a mulher continua sendo uma prioridade do governo federal”, concluiu a ministra.
Com as informações da Agência Gov
Foto: Reprodução / TV Globo