Israel autorizou a entrada de cerca de 100 caminhões com ajuda humanitária na Faixa de Gaza, segundo anunciou Jens Laerke, porta-voz do Escritório da ONU para Assuntos Humanitários. A autorização permitirá também a recuperação dos primeiros cinco caminhões enviados após o anúncio do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sobre a liberação de uma quantidade básica de alimentos para combater a fome no território. Desde 2 de março, nenhuma assistência humanitária havia sido permitida, o que agravou severamente a escassez de alimentos, água, combustível e medicamentos, conforme alertaram agências da ONU e organizações não governamentais.
Apesar da liberação parcial, entidades internacionais consideraram a medida insuficiente. A UNRWA denunciou que, até o momento, “a única coisa que entra em Gaza são bombas”, em referência aos contínuos bombardeios israelenses por terra, mar e ar, que já provocaram centenas de mortes e deslocamentos em massa. A Oxfam Intermón classificou a ajuda como um gesto simbólico, sem impacto real diante da crise humanitária crescente. A organização voltou a pedir a abertura de corredores seguros e o fim dos ataques, destacando que dois milhões de pessoas estão à beira da fome.
A crise atual é considerada a pior desde outubro de 2023, quando Israel lançou uma ofensiva militar em resposta aos ataques do Hamas. Segundo o líder da Oxfam Intermón, Wassem Mushtaha, o bloqueio prolongado e a intensificação dos bombardeios agravam a situação humanitária, deixando a população palestina não apenas faminta, mas também traumatizada, doente e deslocada. A liberação limitada de ajuda, afirmam as organizações, não representa um avanço significativo, mas sim uma resposta mínima à crescente pressão internacional.
Por Juliana Carvalho
Com informações: Agência Brasil
Foto: Reprodução/ Reuters/Violeta Santos Moura