sexta-feira, 20 de dezembro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou, nesta quinta-feira (19), a nova edição do boletim semanal Infogripe, que traz um alerta sobre o aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associada à covid-19 em alguns estados do Brasil. De acordo com o boletim, esse aumento já vinha sendo observado no Ceará, onde o crescimento dos casos foi indicado na publicação anterior. Além disso, há sinais de tendência crescente em Minas Gerais, Sergipe, Rondônia e no Distrito Federal, com um impacto maior entre pacientes idosos, que são mais vulneráveis aos efeitos mais graves da doença.

O boletim também aponta um aumento nos casos de SRAG entre crianças e adolescentes de até 14 anos, com a principal causa sendo o rinovírus. Os estados de Acre, Distrito Federal, Minas Gerais e Sergipe apresentam essa alta. Os dados do novo boletim são referentes à semana epidemiológica de 8 a 14 de dezembro.

A SRAG é uma complicação respiratória grave que exige hospitalização e frequentemente está associada ao agravamento de infecções virais. Os pacientes podem apresentar sintomas como desconforto respiratório e queda na saturação de oxigênio.

Distribuição de vírus respiratórios

A análise dos últimos quatro semanas epidemiológicas mostra que, entre os casos de SRAG com resultado positivo para algum vírus respiratório, 31,1% estão relacionados à covid-19. O rinovírus é responsável por 38,6% das ocorrências, enquanto o vírus sincicial respiratório (VSR) causou 7,9% dos casos, e as influenzas A e B representaram 7,6% e 7,3%, respectivamente.

Nos casos de SRAG que resultaram em morte, a covid-19 esteve presente em 63,6% dos casos, com destaque para as vítimas idosas. Até o momento, em 2024, o Brasil já registrou 78.739 casos de SRAG com resultado positivo para algum vírus respiratório. Desses, 19,6% foram causados pela covid-19, 33,8% pelo VSR, 27,1% pelo rinovírus, e 16,8% pela influenza A.

Cenário epidemiológico e tendências de aumento

O boletim também destaca que, em 11 estados, há sinais de crescimento no longo prazo dos casos de SRAG, com destaque para Acre, Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina e Sergipe. Já no curto prazo, as ocorrências tendem a aumentar em estados como Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.

Em uma análise sobre o cenário de 2024, a pesquisadora da Fiocruz, Tatiana Portella, ressaltou que o Brasil passou por duas ondas significativas de covid-19. A primeira, no final de 2023 e início de 2024, afetou várias regiões do país, enquanto a segunda onda, iniciada em agosto de 2024, teve São Paulo como o estado mais atingido. Apesar disso, Portella observou que houve uma redução de cerca de 40% nos casos de SRAG associados à covid-19 em comparação com 2023, embora o número de casos tenha começado a crescer no fim deste ano.

Recomendações para as festas de fim de ano

A pesquisadora fez um alerta sobre o cenário atual, indicando que, apesar da menor atividade de vírus respiratórios neste final de ano, a covid-19 já apresenta sinais de aumento em algumas regiões. “Para as festas de fim de ano, recomendamos o uso de máscaras caso surjam sintomas de gripe ou resfriado. Também sugerimos, sempre que possível, priorizar ambientes mais arejados, especialmente neste momento de início de aumento do número de casos de covid-19”, afirmou Portella.

O boletim destaca a necessidade de atenção constante ao comportamento da covid-19, especialmente em um período de alta circulação de pessoas e eventos festivos.

Com as informações da Agência Brasil

Foto: Martin Lopez

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