sexta-feira, 15 de novembro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

Durante o julgamento que acontece em Londres, a defesa dos atingidos pelo desastre de Mariana revelou que, cinco anos antes do rompimento da barragem de Fundão, a BHP — uma das controladoras da Samarco — já tinha estimativas alarmantes sobre o impacto do colapso da estrutura. Segundo documentos apresentados pela defesa, a empresa calculava que a ruptura da barragem poderia causar até 100 mortes e que as indenizações seriam da ordem de US$ 200 mil por vítima.

Essas informações foram compartilhadas na quarta-feira (6) pelo escritório de advocacia Pogust Goodhead, que representa os afetados pela tragédia na Justiça britânica. A defesa destacou também que a BHP estimava que o custo total do desastre, incluindo multas, compensações e reparações, ficaria em torno de US$ 1,25 bilhão. Em uma planilha datada de 2010, a empresa já havia previsto que, no caso de rompimento da barragem, a população do distrito de Bento Rodrigues, que ficaria na linha de frente da catástrofe, seria atingida por uma “enxurrada de água e rejeitos sólidos”.

Durante o julgamento, um ex-diretor de governança e risco da BHP para minério de ferro revelou que a empresa estava plenamente ciente dos riscos e de que Bento Rodrigues seria a área mais afetada pelo colapso. No entanto, documentos mostraram que, apesar dessa previsão, nenhuma simulação de evacuação foi realizada na comunidade.

O rompimento da barragem de Fundão ocorreu em 5 de novembro de 2015, liberando cerca de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração. A lama resultante destruiu comunidades inteiras, contaminou o Rio Doce e seus afluentes e seguiu até o Oceano Atlântico, no Espírito Santo. A tragédia causou a morte de 19 pessoas e afetou milhares de moradores, além de provocar danos ambientais irreversíveis.

Fonte e foto: Redes Sociais

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