Começa nesta sexta-feira, dia 25, e vai até domingo, 27, a Cybathlon – também chamada de ‘olimpíadas biônicas’ –, competição esportiva sediada na Suíça da qual participam pessoas com deficiência que usam tecnologias avançadas. Na edição deste ano, o atleta Jonatas Scarano, do projeto FreeWheels, da Escola de Engenharia, vai disputar uma corrida de triciclos para atletas com lesões medulares, incluindo paraplégicos e tetraplégicos.
Jonatas Scarano treina no Laboratório de Bioengenharia (Labbio) e também ao ar livre, no Centro de Treinamento Esportivo (CTE). Seu triciclo é equipado com uma tecnologia baseada na eletroestimulação funcional, método que utiliza pulsos elétricos transcutâneos controlados por inteligência artificial (IA) para ativar os músculos das pernas de forma coordenada, tornando possível que pedale de forma independente.
O atleta informa que, durante as etapas de treinos, conta com acompanhamento fisioterápico e médico e interage com as equipes de engenharia e de tecnologia. “O projeto é muito promissor e tende a beneficiar outras pessoas com mobilidade reduzida”, observa.
Modelo exclusivo
Como informa o professor Henrique Martins, vice-diretor da Escola de Engenharia e coordenador do FreeWheels, o triciclo que será pilotado por Jonatas Scarano não é um modelo comercial, mas desenvolvido especificamente para a competição. “A equipe FreeWheels concebeu o equipamento em parceria com a Universidade de Montpellier. O projeto tem participação de profissionais de diversas áreas, como engenharia, fisioterapia e medicina, que trabalham em conjunto para aprimorar a tecnologia e o desempenho dos atletas”, detalha.
O triciclo tem sensores que detectam a posição do pedal e enviam essa informação para o sistema de IA, que, por sua vez, controla a aplicação dos pulsos elétricos nos músculos do Jonatas.
Os recursos financeiros para as bolsas dos pesquisadores, os insumos e a montagem do triciclo foram mediados pelo projeto PowerTrike, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Integrante da equipe, a médica Pollyanna Helena acrescenta que o FreeWheels pretende ampliar o alcance da tecnologia. “A eletroestimulação funcional, além de possibilitar a pedalada, auxilia na prevenção da atrofia muscular, melhora a circulação sanguínea, contribui para a cicatrização de feridas e pode até mesmo melhorar o condicionamento cardiovascular. Por isso, é possível proporcionar melhor qualidade de vida de outras pessoas com lesões medulares”.
Inovação e inclusão
A Cybathlon, promovida pelo Instituto de Tecnologia Federal da Suíça, ocorre a cada quatro anos. A competição visa evidenciar o potencial das tecnologias para auxiliar pessoas com deficiência a superar desafios e realizar atividades que poderiam parecer impossíveis.
Como uma vitrine global, a Cybathlon promove a divulgação de tecnologias e inspira o desenvolvimento científico em áreas como robótica, neurociência e engenharia biomédica. As provas são desenhadas para testar não apenas a habilidade dos atletas, mas também a eficácia e a usabilidade das tecnologias assistivas.
Fonte: UFMG
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