domingo, 29 de dezembro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

Araponga, um pequeno município nas Matas de Minas Gerais com apenas 8 mil habitantes, acaba de ganhar destaque no cenário global da gastronomia ao ser reconhecido como lar do melhor café do mundo em 2024. A Fazenda Serra do Boné, de propriedade da família Sanglard, conquistou o troféu “Best of the Best” no Prêmio Internacional Ernesto Illy, realizado em Nova York, em novembro. O prêmio, promovido pela illycaffè, destacou o café produzido na fazenda, que se distingue por seu equilíbrio de sabores e compromisso com a sustentabilidade.

O café premiado foi descrito pelos jurados como cremoso, doce e encorpado, com aromas de frutas frescas, caramelo, açúcar mascavo e um final persistente de chocolate com notas florais de jasmim. Esse sabor, segundo eles, é uma síntese perfeita da origem brasileira. Matheus Sanglard, responsável pela fazenda, ficou surpreso com o prêmio, especialmente porque a competição incluiu produtores de nove países, como Costa Rica, El Salvador, Etiópia, e Honduras. “Sempre trabalhamos pensando em resultados, mas a concorrência é muito forte. Quando fomos premiados, me assustei um pouco, mas foi uma surpresa boa”, contou ele.

A Fazenda Serra do Boné foi adquirida por Carlos Sérgio Sanglard em 1988, inicialmente voltada para pastagens. Nos anos seguintes, a família investiu na cafeicultura e, em 2000, começou a participar de concursos de cafés especiais, com destaque no Brasil. Hoje, Araponga é reconhecida como um berço de cafés especiais, e a região cresce a cada ano. “Essa premiação é uma homenagem a meu pai e vem para consolidar o legado que ele deixou de amor pelos cafés especiais”, afirmou Matheus, emocionado.

A fazenda adota práticas de agricultura regenerativa, combinando produtividade com preservação ambiental. Além de usar fertilizantes orgânicos e controlar pragas de maneira biológica, a propriedade reduz o uso de agrotóxicos e faz o reaproveitamento de resíduos do café. A crise climática, que afetou a região com sete meses sem chuva em 2024, é um desafio constante para os cafeicultores. No entanto, a família Sanglard segue apostando em métodos sustentáveis para garantir a qualidade e a continuidade da produção.

Com a premiação, Matheus pretende também promover Araponga como destino turístico, aproveitando o reconhecimento mundial para divulgar ainda mais o potencial da cidade. “Esse é um dos únicos concursos a premiar um café em nível global, o que traz um grande reconhecimento para a região”, concluiu.

Fonte e fotos: Prefeitura de Araponga.

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