sábado, 19 de outubro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, instaurou um inquérito sigiloso contra Eduardo Tagliaferro, perito criminal e ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A decisão ocorreu após a Folha de S. Paulo publicar mensagens de WhatsApp que sugerem possíveis interações entre Tagliaferro e o juiz Airton Vieira, um assessor próximo de Moraes no STF.

As mensagens revelam que a Corte Eleitoral pode ter sido utilizada de forma não oficial para criar relatórios que teriam sido incorporados ao inquérito das fake news conduzido por Moraes. Este inquérito investiga casos relacionados e não relacionados às eleições presidenciais de 2022, período em que Moraes presidia o TSE.

Tagliaferro, que foi destituído de seu cargo em maio de 2023 após ser preso em flagrante por violência doméstica, é suspeito de ter vazado as mensagens, embora negue as acusações em entrevista ao jornal O Globo. Em resposta, sua defesa pediu acesso aos autos do inquérito, alegando que a falta de acesso prejudicaria o depoimento de Tagliaferro, agendado para ocorrer na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo.

As mensagens investigadas sugerem que o gabinete de Moraes teria feito solicitações informais à Justiça Eleitoral para a produção de relatórios contra apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e comentaristas de direita. Esses relatórios, que não teriam sido registrados formalmente, seriam usados para fundamentar decisões judiciais em processos em andamento no STF. Há alegações de possível adulteração de documentos, abuso de autoridade e fraude.

O gabinete de Moraes refutou as acusações, afirmando que todas as solicitações foram formalmente documentadas e que os relatórios foram gerados por órgãos competentes como parte de ações contra atividades ilícitas. Os relatórios teriam sido enviados à Polícia Federal e ao conhecimento da Procuradoria Geral da República (PGR).

A investigação segue em andamento sob sigilo no STF.

Com as informações da Gazeta Brasil

Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

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