Desenvolvida pela Prefeitura de Belo Horizonte, a Agenda RIC 2024 reúne, em uma programação conjunta, atividades pertinentes à temática racial realizadas por meio da política cultural do município. Em julho, a iniciativa apresenta uma série de eventos e atividades, tais como exposições, oficinas de capoeira e dança, entre outras atrações. A iniciativa integra o Programa Rede de Identidades Culturais – RIC, política permanente de promoção e reparação da igualdade racial, promovido pela Secretaria Municipal de Cultura e Fundação Municipal de Cultura. A programação completa da Agenda RIC de junho pode ser consultada no Portal da PBH.
Também integra o Programa Rede de Identidades Culturais o Conteúdo “110+10 Personalidades Negras”, publicação virtual informativa e de reconhecimento à trajetória de pessoas negras. Em julho, o destaque é para uma das mulheres mais influentes do pensamento negro no Brasil: a Intelectual, Professora, Filósofa, Antropóloga e Ativista brasileira, Lélia Gonzalez. Mineira, de Belo Horizonte, Lélia nasceu no dia 1º de fevereiro de 1935 e mudou-se para o Rio de Janeiro ainda criança. Formou-se em Geografia e História pela Universidade Estadual da Guanabara, atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), e posteriormente em Filosofia. Com trajetória interdisciplinar, Lélia realizou mestrado em Comunicação e doutorado em Antropologia. Em seguida, tornou-se professora de importantes estabelecimentos de ensino superior do Rio de Janeiro, como a UERJ e a PUC Rio. Participou da fundação do MNU – Movimento Negro Unificado, em julho de 1978. Na academia, estudou a influências das culturas negras no Brasil, desenvolvendo o termo “pretuguês” para se referir ao idioma falado no país. Além da contribuição africana, Lélia evidencia também a influência indígena na língua nacional, considerando ambas matrizes fora dos padrões da “norma culta” da língua portuguesa, mas que influenciam a sua fala.
Lélia Gonzalez e Carolina Maria de Jesus, poeta e também escritora, foram homenageadas com duas estátuas em bronze, em tamanho natural, instaladas no Parque Municipal Américo Reneé Giannetti, em frente ao Teatro Francisco Nunes, no último dia 30 de junho. Os monumentos integram o Circuito Literário de Belo Horizonte, projeto de fomento à vocação literária da cidade e à preservação e promoção do nosso patrimônio cultural. Saiba mais sobre Lélia Gonzalez, Maria Carolina de Jesus e outras personalidades homenageadas na página do Programa Rede de Identidades Culturais – RIC, no Portal PBH.
Programação cultural
A Agenda RIC 2024 aborda, como tema central, os 110 anos de nascimento de Abdias Nascimento e Carolina Maria de Jesus, trazendo a celebração da vida e obra dos dois expoentes do pensamento negro no Brasil.
O mês de julho conta com diversas atividades artísticas e formativas, pautadas na diversidade cultural, cidadania, equidade racial, democracia e diálogo intersetorial, realizadas nos centros culturais, centros de referência e museus municipais de Belo Horizonte. Entre os destaques da programação está uma nova Reunião do Fórum da Capoeira, que acontece no Centro Cultural Liberalino Alves de Oliveira, sábado (13), das 9h30 às 12h. No encontro, lideranças e público poderão discutir temáticas pertinentes à capoeira na cidade.
Já no domingo (14), das 8h às 14h, o Centro Cultural São Geraldo recebe o evento “Vivências”, com Mestres e Contramestres de Capoeira da Associação Mineira de Estudos da Capoeira – AMEC. O evento tem o intuito de preservar a capoeira, incluindo a história, cânticos e técnicas, honrando mestres antigos, lutas sociais e memória africana.
Durante todo mês de julho, os centros culturais recebem oficinas diversas, tais como a atividade “Vozes Negras – Empoderando com Música”, que acontece no Centro Cultural Lindeia Regina, toda quinta-feira, das 18h às 19h30. O projeto visa fortalecer a autoestima e as habilidades de meninas negras por meio da música e as oficinas tem a proposta de formar um grupo vocal inspirador, que não apenas celebre a diversidade, mas também promova o empoderamento, a confiança e a expressão individual. A atividade é realizada pelos professores Daiana B e Matheus Klein e é direcionado a meninas maiores de 8 anos.
O Programa RIC
O Programa Rede de Identidades Culturais – RIC é uma política contínua, que tem por objetivo ampliar a atuação da Cultura no âmbito das políticas permanentes e estratégicas de enfrentamento a discriminação racial e de fortalecimento das Culturas de Matrizes Africanas, como premissa para efetivação da diversidade e da democracia cultural em Belo Horizonte. Reflexo de uma demanda histórica, a iniciativa é institucionalizada pelas normativas que amparam a luta contra o racismo e a promoção da igualdade racial, e traz ações internas e externas da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, tais como a Agenda RIC 2024. “110 anos de nascimento de Abdias Nascimento e Carolina Maria de Jesus. 100+10: O que mudou?” e o Conteúdo “100+10 Personalidades Negras.”
Serviço
Agenda RIC – Julho 2024 e Conteúdo 100+10 Personalidades Negras
Programa Rede de Identidades Culturais – RIC
Todas as atrações têm entrada gratuita ou com ingressos a preços populares.
Fonte: Prefeitura de Belo Horizonte
Foto: Ricardo Laf/PBH