quarta-feira, 4 de dezembro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, concedeu uma coletiva de imprensa no encerramento da Cúpula do G20 no Brasil, apresentando os pilares da futura gestão sul-africana do grupo. Ele elogiou a liderança do presidente Lula durante a presidência do G20 em 2024, especialmente pela criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e do G20 Social, iniciativas que ressoam com os princípios de inclusão e desenvolvimento sustentável defendidos pela África do Sul.

Ramaphosa anunciou que a solidariedade será o tema central do G20 de 2025, com prioridade em áreas como combate à fome, mudanças climáticas e governança da inteligência artificial. Ele enfatizou a importância do legado brasileiro na promoção de um “consenso suficiente”, que permite avanços mesmo diante de divergências. “Nenhuma nação deve bloquear o progresso global quando há um amplo consenso”, afirmou.

“Quando se trata de tecnologias digitais, particularmente a evolução da inteligência artificial, é uma das nossas prioridades. Temos três temas prioritários que são o combate à fome, a mudança climática, como lidar com os danos climáticos, e a tecnologia digital, mais especificamente a inteligência artificial. Queremos garantir que isso leve ao desenvolvimento de pessoas, seja voltado para garantir o benefício social, ser orientado e beneficiar as pessoas”, afirmou o presidnete sul-afrcano

Sobre a presidência sul-africana, Ramaphosa assegurou a continuidade do G20 Social, promovendo diálogos inclusivos entre governos, sociedade civil e empresas. Ele também convidou líderes globais para a cúpula em Joanesburgo, reforçando o compromisso com a cooperação internacional. “Nosso desafio é enfrentar desigualdades históricas e construir um futuro mais igualitário para o Sul Global “, defendeu.

Taxação dos super ricos e reforma da governança global

“Outro aspecto importante do que o Brasil alcançou foi focar em questões como a taxação dos ultra ricos. Para iniciar o processo e ver como eles podem ser levados a pagar mais impostos. Foram apresentadas pesquisas e se chegou ao número de 3 mil pessoas super-ricas no mundo e esses estudos deverão desenvolver alguma estrutura em nível nacional, vamos ver como isso funciona melhor. Acho que ainda é algo que precisa ser trabalhado.

A reforma de instituições globais, de governança e financeira. O foco na mudança climática também é algo que nós agradecemos ao Brasil. Em geral são resultado de muito sucesso para a Cúpula do G20 e dá uma boa base para a África do Sul, enquanto nos concentramos agora em ter o próximo G20 em Joanesburgo. Eu tive tempo de convidar todos esses países participantes, como membros e convidados, e incluindo organizações internacionais, para ir à África do Sul e participar”.

As relações entre Brasil, África do Sul e o fortalecimento do Sul Global

“A bilateral que tivemos (Brasil e África do Sul) abordou vários problemas em que cooperamos. Somos dois países do Sul Global, membros do BRICS, somos unidos em muitos pontos e trabalhamos juntos extremamente bem. Durante a nossa reunião bilateral com o presidente Lula falamos sobre a convergência de nossos objetivos como país e sobre o seu desejo de ir à África do Sul e que possamos aumentar nossas discussões. Claro que a questão das transações entre os dois países foi debatida e que precisamos aumentar a escala das nossas negociações, para conseguir que empresas africanas também possam exportar para cá. Empresas brasileiras já exportam bastante para a África do Sul, de um modo geral foram boas as conversas”.

Sul Global no centro das discussões

“Nossa estratégia para a Cúpula do G20 é um apelo à inclusão. Vamos ouvir todas as vozes, todas as visões de todas as estruturas, tanto quanto possível. A África é o nosso lar. Vamos procurar fazer com que esse G20 seja afrocentrado. Também focado no Sul Global, como o Brasil fez. Mas no nosso caso, será o nosso país, o continente africano. Já dissemos isso publicamente, queremos focar nas necessidades e nos desafios que o continente africano enfrenta.

A zona livre de comércio do Continente Africano representa uma grande oportunidade. Queremos que todos nós do continente possamos utilizar da melhor forma possível essa plataforma, a participação dos países da África Continental. Utilizar essa oportunidade que está sendo trazida por países que controlam até 80% do PIB mundial, do comércio e do crescimento econômico.

Queremos isso, a diáspora Africana tem um papel importante e nós vamos utilizar. Vamos criar uma plataforma onde as pessoas possam publicar suas propostas, tanto na África do Sul quanto da comunidade africana e todo o continente. Para nós, esta é uma oportunidade muito excitante. Queremos utilizar isso para ações positivas, para trabalhar com os outros e focar nos problemas importantes que o mundo precisa resolver. De muitas formas o G20 cria uma plataforma com impacto na direção que o mundo precisa ir, para os lugares certos. Isso nos traz uma oportunidade e queremos utilizar isso”.

Fonte: Agência Gov / Via G20 Brasil

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