A Polícia Federal (PF) revelou nesta quarta-feira (11) novos detalhes sobre o inquérito que investiga o golpe de Estado planejado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em um relatório enviado ao ministro Alexandre de Moraes, a PF divulgou que o coronel da reserva Reginaldo Vieira de Abreu, um dos indiciados, compartilhou uma foto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes com o general da reserva Mario Fernandes, acusado de ser um dos articuladores do plano golpista.
De acordo com as investigações, Reginaldo estava no mesmo voo que o ministro Gilmar Mendes, em uma viagem realizada no dia 20 de novembro de 2022, com destino a Brasília, após embarcar no aeroporto de Lisboa, em Portugal. A foto, que mostra o ministro no aeroporto, foi enviada por Reginaldo a Fernandes, e foi encontrada no sistema de armazenamento em nuvem de Mário Fernandes, que foi indiciado na primeira fase do inquérito, junto com 37 outros investigados.
A PF destaca que, no momento do envio da foto, os investigados estavam envolvidos na elaboração da “minuta do golpe”, documento que, segundo a Polícia Federal, foi criado por aliados de Bolsonaro e que previa, entre outras ações extremas, a prisão do próprio Gilmar Mendes. O relatório cita ainda o depoimento do colaborador Mauro Cesar Cid, que confirmou que a primeira versão do documento incluía a prisão do ministro do STF.
“Importante contextualizar que a foto foi enviada no mês de novembro de 2022, no período em que os investigados tinham elaborado a primeira versão da minuta de golpe de Estado que previa, dentre outras medidas de exceção, a prisão do ministro Gilmar Mendes, conforme depoimento prestado pelo colaborador Mauro Cesar Cid”, diz o relatório.
Antes de ser indiciado, Reginaldo Vieira de Abreu foi questionado pela PF sobre a foto, mas optou por permanecer em silêncio e não respondeu às perguntas dos investigadores.
Com os três novos indiciamentos desta quarta-feira, o total de envolvidos no inquérito do golpe chega a 40 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, além dos ex-ministros da Defesa, Braga Netto e Augusto Heleno. A investigação segue em andamento, com a polícia focada em identificar todos os responsáveis pela tentativa de desestabilização do processo democrático no Brasil.
Com as informações da Agência Brasil
Foto: Andressa Anholete / STF