O Parque Tecnológico de Varginha, o primeiro 100% privado de Minas Gerais, foi oficialmente inaugurado nesta quarta-feira (27) com o objetivo de impulsionar o ambiente de inovação, promover a transferência de tecnologia e fortalecer o setor produtivo do estado. Localizado dentro do Porto Seco Sul de Minas, a estação aduaneira que já abriga diversas empresas, o novo parque tem o apoio do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG), e se destaca por seu potencial em estimular a pesquisa em cafeicultura, uma das principais atividades econômicas da região.
O Porto Seco Sul de Minas, onde o parque está instalado, já demonstrava um crescimento impressionante nos últimos anos, com um faturamento anual que saltou de R$ 1 bilhão, em 2018, para cerca de R$ 25 bilhões em 2024, com projeções de atingir R$ 30 bilhões até 2025. Esse desenvolvimento reflete a importância estratégica da região para o Estado, que aposta em mais inovação e crescimento econômico com a chegada do Parque Tecnológico.
Durante a cerimônia de lançamento, o secretário Executivo de Desenvolvimento Econômico, Bruno Oliveira, representou o governador Romeu Zema e elogiou a expansão do Porto Seco. “O Porto Seco é um relevante polo aduaneiro, logístico e de apoio ao setor produtivo. E a expansão desse condomínio para abrigar o Parque Tecnológico é um passo importante para o aprimoramento das áreas de pesquisa e desenvolvimento (P&D), que impactará positivamente a economia do estado”, afirmou.
A presença de grandes nomes do governo também foi marcante, como o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, que destacou o papel do parque no avanço da cafeicultura mineira. “Impulsionar o ambiente de inovação na cafeicultura é criar condições para a melhoria dos processos produtivos, solução de gargalos, conquista de mercados, com geração de emprego e renda para os mineiros”, ressaltou Fernandes.
Geração de empregos e novas parcerias
Atualmente, o Porto Seco conta com mais de 4 mil empregados diretos e indiretos e abriga mais de cem empresas. A instalação do Parque Tecnológico promete abrir novas oportunidades de emprego e contribuir com a produção de ciência e tecnologia na região. Entre as empresas que já se beneficiam da infraestrutura do Porto Seco está a MAM Baby, fabricante austríaca de bicos e mamadeiras para bebês. O gestor de Logística da empresa, Rodrigo Sousa, destacou o impacto positivo que o parque trará para a economia local: “Essa iniciativa vai impulsionar os negócios e servir de exemplo para outras empresas. Acredito que possa até entrar para a história, com um projeto audacioso e impactante no sentido positivo.”
Além de beneficiar as empresas já instaladas, o Porto Seco está investindo na atração de novos negócios, por meio de parcerias com universidades e centros de pesquisa. Segundo Stanley Drago, responsável técnico pelo parque, as pesquisas e estudos conjuntos serão um dos principais produtos oferecidos. “No começo, a ideia é utilizar laboratórios e centros de pesquisa das universidades parceiras. Mas qualquer demanda que a gente tenha que não seja suprida pelas instituições de ensino da região, será atendida pelo Porto Seco”, explicou.
Unindo a tríplice hélice
O novo Parque Tecnológico de Varginha se junta a outros centros de inovação no estado, como os de Santa Rita do Sapucaí, Belo Horizonte, Viçosa, Itajubá e Uberaba, além de parques em fase de implantação em Lavras, Uberlândia e Juiz de Fora. A criação do parque é resultado de um esforço para conectar empresas do Porto Seco com universidades e novos players de tecnologia.
A ideia surgiu quando os diretores do Porto Seco conheceram o funcionamento de outros parques tecnológicos e perceberam a oportunidade de integrar as empresas locais ao ecossistema acadêmico. “Achamos que seria muito interessante conectar as empresas aqui instaladas às universidades e trazer novos players que queiram desenvolver novas tecnologias”, afirmou Breno Paiva, diretor do Porto Seco Sul de Minas.
Instituições de ensino como a Universidade Federal de Alfenas (Unifal), o Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Varginha, o Instituto Federal do Sul de Minas (IFSuldeMinas) e o Grupo Educacional Unis já estão participando ativamente da criação do parque, discutindo possibilidades de atuação conjunta. Também está sendo desenvolvido um trabalho com o Sebrae de Varginha para mapear o ecossistema local de inovação, com o objetivo de fortalecer a tríplice hélice: setor privado, academia e setor público.
Para o professor e pesquisador de Inovação e Tecnologia da Unifal, Hélio Costa, a colaboração entre empresas e universidades oferece uma grande oportunidade de experimentação. “Na interação com negócios e empresas, são apresentados desafios reais e concretos da sociedade, uma oportunidade de experimentação muito grande”, destacou.
Com a união de esforços entre governo, academia e setor privado, o Parque Tecnológico de Varginha promete ser um catalisador para o desenvolvimento de novas tecnologias e um pilar estratégico para a economia de Minas Gerais nos próximos anos.
Com as informações da Agência Minas
Foto: Porto Seco Sul de Minas / Divulgação