No dia 04 de outubro aconteceu a primeira reunião da Comissão de Política Institucional para a Diversidade, Inclusão e Permanência da UFSJ, com o Reitor Marcelo Andrade.
Marcelo foi enfático no que se refere a necessidade da ampliação das políticas para a diversidade, em sua totalidade. Na reunião, o reitor solicitou que todos ou grupos minoritários sejam partícipes da comissão, e ressaltou a necessidade da inclusão de todas as matizes, todas as deficiências, os autistas, os terceirizados e os grupos originários. Outras comissões já existentes na UFSJ, como a Comissão de Heteroidentificação, e a Comissão Duda Salabert de Elaboração da Política de Diversidade Sexual e de Gênero também serão inseridas no processo da criação da nova política.
A Comissão de Política Institucional para a Diversidade, Inclusão e Permanência foi proposta pela professora do curso de Jornalismo, Filomena Bonfim e nasceu a partir da sua pesquisa de pós-doutorado.
O pós-doutoramento da professora está sendo realizado na Universidade de São Paulo (USP) e trabalha com com o tema: “Heteroidentificação e Desenvolvimento Sustentável nas Universidades Públicas Brasileiras”, tendo como cenário as universidades brasileiras conclamadas pela ONU, a assumirem, protagonicamente, sua parte na construção de uma nação socialmente sustentável.
Filomena exalta a necessidade de revisar o papel dessas universidades públicas na consolidação dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), por meio do desenvolvimento e da divulgação de ações de pesquisa, ensino, extensão e administração, considerando a Agenda 2030 como constituinte do cenário proposto. Foi assim que a pesquisadora se viu diante da seguinte questão: como levar tais comissões a contribuir para a construção de uma universidade mais inclusiva, ou seja, sustentável para todos os públicos?
O diálogo com o conceito de sustentabilidade veio da pesquisa do coordenador do Programa Interdisciplinar de Pós Graduação em Artes, Urbanidades e Sustentabilidade (PIPAUS), professor Adilson Roberto Siqueira, que propõe a realização de pesquisas transdisciplinares em artes, em especial as cênicas, tendo por base o paradigma da sustentabilidade como uma nova fronteira para as artes e desenvolvendo novas linguagens artístico-estéticas e teórico-práticas, denominadas “ecopoéticas”, que ampliem o papel das artes, no desenvolvimento de uma cultura e de uma estética de sustentabilidade. O artigo está disponível no link.
A Comissão
De acordo com a professora Filomena Bomfim, o objetivo principal da comissão é trabalhar na criação de uma legislação, por meio de políticas afirmativas, em que todas as minorias sejam contempladas e também tenham seus direitos resguardados dentro da Universidade.
“Vamos consultar as bases e a política será criada por todos e para todos. A implementação se dará de baixo para cima”, afirma.
A comissão atualmente é composta por 22 representantes e abarca todas as categorias contempladas na política: pretos, pardos e indígenas (PPI), pessoas com todo tipo de deficiências (PCD), LGBTQIA+ e terceirizados da UFSJ. E está aberta a quem quiser dela participar.
O próximo passo da comissão é a formação e o letramento do grupo. “Essa é uma missão auspiciosa, que será feita com propostas de leituras e palestras internas para o entendimento do que implica as condições e referências multimidiáticas de cada grupo, pautado na comissão e o que isso nos impõe de diretriz para que a universidade possa se postar na sociedade como uma universidade na qual todos tenham pertencimento”, ressalta Filomena.
Agenda 30
A concepção da Agenda 2030 foi o resultado de um processo evolutivo de reconhecimento global da necessidade urgente de estratégias de desenvolvimento sustentável.
Composta por 17 ODS, ela foi unanimemente adotada por 193 Estados-Membros das Nações Unidas em 25 de setembro de 2015, durante a Cúpula sobre o Desenvolvimento Sustentável em Nova York. Este compromisso universal, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2016, estabelece uma série de metas a serem alcançadas até 2030, marcando um caminho coletivo para um futuro sustentável global.
A nova agenda é pioneira em sua natureza, não apenas por sua abordagem abrangente, mas também por sua universalidade. A Agenda 2030 é aplicável a todos os países, independentemente de seu estágio de desenvolvimento.
Fonte e foto: UFSJ