Nesta quinta-feira (26), às 19h, parte de uma importante coleção composta por 111 cartões de amor e amizade pintados por Alberto da Veiga Guignard entre os anos de 1932 e 1937, e dedicados à pianista Amalita Fontenelle, chegará ao Museu Mineiro, em Belo Horizonte. É a exposição “De Guignard para Amalita, graças a Adelaide”, que fica em cartaz no equipamento do Circuito Liberdade até dia 9 de novembro, com entrada gratuita.
A mostra, realizada em parceria com o Atelier Dois Capelistas, formado pelos artistas Aurélio Hilgenberg dos Santos e Leandro Vila, celebra as três principais figuras deste enredo – Guignard, Amalita e Adelaide – e é uma realização do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais.
A coleção “Cartões de Guignard para Amalita” foi salvaguardada pela família do escritor e poeta Oswald de Andrade por mais de 50 anos. Até hoje, pouco se sabe sobre como esse álbum chegou às mãos de Oswald. No entanto, em 1987, foi adquirido pela Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais por meio de Adelaide Guerrini Andrade, viúva de Nonê, filho primogênito do escritor, e incorporada, na época, ao recém-criado Museu Casa Guignard.
A exposição é uma remontagem da ocupação homônima que os artistas Aurélio Hilgenberg dos Santos e Leandro Vila realizaram no início deste ano no Museu Casa Guignard, em Ouro Preto, com pinturas, bordados e uma projeção apresentando a primeira montagem, além dos cartões originais de Guignard.
10 anos de Atelier Dois Capelistas
O Atelier Dois Capelistas é formado pelos artistas Aurélio Hilgenberg dos Santos e Leandro Vilar, que atuam há mais de 20 anos como artistas visuais. O Atelier teve início em 2014 quando moravam em um sítio na cidade de Antonina/PR. Naquela época aprenderam técnicas de cestarias que utilizavam na criação de objetos de design feitos de cipó Imbé (nativo da região), fibra de bananeira e madeira de poda, materiais que seriam descartados, e produziam no estilo upcycling, somando essas matérias a uma variedade de tecidos, emborrachados e outros materiais acumulados em anos de produção de cenários.
Foi também neste local, em meio à Serra do Mar que iniciaram uma pesquisa sobre aves brasileiras, trabalho que resultou em mais de 100 espécies de aves nativas bordadas em tecido e também em um livro “Passarinhos da Mata Atlântica” ilustrado pelos artistas em 2020 e que recebeu o selo “Altamente Recomendável” da FNLIJ- Fundação Nacional do Livro Infanto Juvenil em 2021.
Em 2020, eles se mudaram para Ouro Preto e, desde então, atuam em vários projetos e exposições em Minas Gerais. Com criatividade e sensibilidade, usam em seus trabalhos diversas técnicas artísticas, como bordado, pintura, costura, cestaria e ilustração.
Museu Mineiro
Inaugurado em 1982, o Museu Mineiro reúne em seu acervo um conjunto bastante diversificado de objetos referentes à história e à produção cultural e artística mineiras. Nas salas de exposição são exibidas obras de artistas consagrados, tais como: Manoel da Costa Ataíde, Yara Tupynambá, Amílcar de Castro, Jeanne Milde, Inimá de Paula, Lótus Lobo, Celso Renato, Sara Ávila, Guignard, Maria Helena Andrés, Di Cavalcanti etc.
Atualmente, o Museu exibe a exposição de longa duração “Minas das Artes, Histórias Gerais”, onde o visitante tem a oportunidade de conhecer uma vasta coleção de arte sacra, datada dos séculos XVIII e XIX, além de preciosidades do acervo, como a bandeira da Inconfidência Mineira, os manuscritos originais da obra “Tutaméia” de Guimarães Rosa, o retrato de Aleijadinho e a coleção de santos de devoção popular.
Fonte: Secult-MG
Foto: Divulgação / Secult-MG