Em 2025, a UFMG sediará a THE Latin America Universities Summit, reunião de cúpula de universidades latino-americanas promovida anualmente pela Times Higher Education (THE). O tema da edição é Universidades como repositórios de conhecimento confiável.
A agência britânica THE é responsável por um dos mais importantes rankings universitários do mundo. Sua reunião de cúpula para universidades latino-americanas foi realizada pela primeira vez em 2016 e costuma ser estruturada em palestras, painéis, estudos de caso e workshops práticos.
Esta será a primeira vez que uma edição presencial da reunião ocorre em solo brasileiro. A USP sediou a edição de 2021, mas, em razão da pandemia, o evento – que é o mais prestigioso evento da THE para a América Latina – ocorreu remotamente.
O evento terá vez nos dias 8, 9 e 10 de julho, com atividades sediadas no campus Pampulha [veja fotos na galeria aberta no fim desta matéria]. No site do evento, podem ser conferidas todas as informações necessárias à participação, inclusive o passo a passo para a inscrição dos dirigentes participantes.
‘Questões prementes’
Segundo o professor Dawisson Lopes, diretor do Escritório de Governança de Dados Institucionais da UFMG e presidente da comissão organizadora da THE Latin America Universities Summit, a estimativa é que cerca de 250 “delegados institucionais” (representantes formalmente constituídos das universidades, como reitores, pró-reitores e diretores) participem do evento. Também é esperada a participação de autoridades governamentais da área da educação superior.
“Trata-se de um evento voltado precipuamente para a América Latina, mas não exclusivamente”, ressalva o professor do Departamento de Ciência Política da UFMG. “De fato, este é um evento que tradicionalmente conta com a participação de atores extra-regionais – assim, são também esperadas participações mais pontuais de representantes de universidades de outras regiões do mundo, como a América do Norte, a Europa e a Ásia”, explica.
No foco das atenções devem estar sobretudo as questões mais prementes relacionadas ao dia a dia da gestão universitária, ele explica. “As conversas devem ser, sobretudo, sobre as agendas de governança institucional das universidades”, complementa.
Inovação, revolução digital, sustentabilidade
Além do tema geral, as discussões vão orbitar três subtemas: inovação para o desenvolvimento econômico, revolução digital e COP30.
O primeiro está associado à promoção de ecossistemas de inovação capazes de impulsionar, em nível regional, o desenvolvimento econômico das localidades em que as universidades estão inseridas. Essa é uma discussão que, já há alguns anos, vem permeando os debates entre gestores de universidades da América Latina nos diferentes fóruns de que participam – em particular, as reuniões da Associação de Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM).
O segundo diz respeito à intenção de se fomentar uma liderança mais proativa da revolução digital atualmente vivida por essas universidades, tendo como pontos de atenção a segurança e a sustentabilidade dos processos digitais. “Em jogo, aqui estão temas como inteligência artificial, robótica, automação e universidade 4.0”, exemplifica Dawisson.
O terceiro eixo, que tratará da relação entre ensino superior e sustentabilidade, tem o objetivo de subsidiar a preparação para os debates que serão realizados na 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), evento que também será realizado no Brasil no ano que vem. “A ideia é que o encontro na UFMG funcione como um ‘esquenta’ para a COP30”, pontua.
‘Transformar vidas’
Que papel as universidades podem, de fato, desempenhar no desenvolvimento das localidades em que atuam? Em mensagem reproduzida no site da reunião, a reitora Sandra Regina Goulart Almeida destacou o interesse da Universidade em expandir suas colaborações tanto na América Latina quanto globalmente com vistas a garantir e fortalecer o papel das universidades como repositórios de conhecimento confiável. “Podemos aprender uns com os outros, ou seja, aprender como cada instituição parceira está realizando transformações e liderando mudanças”, destacou.
A reitora também refletiu sobre os principais desafios enfrentados pelas universidades latino-americanas. “Como podemos fortalecer a colaboração acadêmica com o governo, a sociedade civil e a indústria, aumentar a visibilidade da pesquisa e aprofundar a internacionalização na América Latina, ao mesmo tempo que protegemos o meio ambiente, defendemos os direitos das minorias, promovemos a saúde mental no campus e fomentamos o avanço tecnológico nas comunidades locais? Essa, portanto, é a questão crucial para o futuro da nossa educação e de nossas instituições”, demarcou.
A UFMG sediará a THE Latin America Universities Summit no âmbito dos preparativos para a comemoração dos 100 anos da Universidade, a serem completados em 2027. “Desde a nossa fundação”, escreve Sandra, “temos sido movidos por uma perspectiva única: transformar vidas e promover o desenvolvimento do Brasil e da América Latina por meio de educação superior de alta qualidade. Olhando para o futuro, nossa instituição é guiada por uma visão ambiciosa centrada em liderança, impacto social e inovação para o desenvolvimento humano e social. Por meio do ensino, pesquisa e engajamento comunitário, nos esforçamos para fazer a diferença e abordar os desafios globais em colaboração com nossos parceiros e partes interessadas em todo o mundo”, registrou.
Fonte: UFMG
Foto: Foca Lisboa / UFMG