Estudantes da rede privada têm, em geral, mais qualidade de vida, autopercepção de saúde, motivação para aprender e melhor desempenho escolar do que alunos de escolas públicas, de acordo com pesquisa desenvolvida na Faculdade de Medicina.
Realizado de 2018 a 2023 nas regiões Centro-sul e Nordeste de Belo Horizonte, o estudo é de autoria da enfermeira Graziela Nunes Alfenas. No último mês de agosto, ela defendeu, no Programa de Pós-graduação em Ciências Fonoaudiológicas, a tese de doutorado Qualidade de vida, autopercepção de saúde, motivação para aprender e desempenho escolar de adolescentes: o estudo de um modelo de explicação.
Da análise longitudinal, participaram 192 adolescentes e seus responsáveis, e a etapa transversal reuniu 256 alunos e responsáveis. Os adolescentes preencheram questionários sobre sua qualidade de vida nas dimensões física, emocional, social e escolar, além da saúde física e mental. Entre os alunos da rede pública, 68,6% avaliaram a própria saúde como boa ou excelente. No caso dos estudantes de escolas particulares, esse índice foi de 88,9%.
Políticas públicas
De acordo com a autora, os resultados da pesquisa apontam para a necessidade de políticas públicas com foco na saúde emocional e no bem-estar dos adolescentes no ambiente escolar. O investimento em programas de saúde mental, além de iniciativas que integrem a família na educação dos adolescentes podem, no seu entendimento, trazer benefícios significativos.
“O estudo da relação entre saúde, qualidade de vida e desempenho escolar é uma área relevante para futuras pesquisas. Entender esses fatores pode auxiliar no desenvolvimento de estratégias eficazes para melhorar o bem-estar geral e o rendimento acadêmico dos adolescentes”, argumenta Graziela Nunes.
Fonte: UFMG
Foto: Lucas Braga / UFMG