O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) e do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA-MG) lançou na sexta-feira (20) o Cadastro do Patrimônio Cultural de Flautas Tradicionais: Bandas de Taquara, Pifeiros e Mestres Fazedores de Gaitas e Pífanos.
O cadastro é um instrumento participativo que tem como objetivo o levantamento de informações para apoiar o processo de registro como patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais. Essa ação visa a identificação e o mapeamento para o reconhecimento, a promoção e a salvaguarda das Bandas de Taquara, Pifeiros e Mestres Fazedores de Gaitas e Pífanos do estado de Minas Gerais.
Os pífanos e gaitas são instrumentos musicais de sopro presentes no estado de Minas Gerais desde o século XVIII, com maior incidência nas regiões Norte e Jequitinhonha. Sendo caracterizados como dois tipos de flautas, o pífano é transversal e possui seis furos para os dedos e um para o sopro. Já a gaita, também chamada de “canudo” no Jequitinhonha, é tocada na posição vertical e possui sete furos, sendo seis furos na parte frontal e um na parte traseira, além da embocadura para o sopro, geralmente caracterizada por um bocal produzido em cera.
O enraizamento desses instrumentos no espaço e sua dinâmica ao longo do tempo foram possíveis por estarem intrinsecamente vinculados às celebrações, ritos e aos momentos festivos que possuem grande importância cultural e devocional no território mineiro. Isso porque, conforme a bibliografia especializada, os grupos de tocadores de pífanos e caixas, os chamados pifeiros, se ligam às congadas, ao passo que os tocadores de gaitas, canudos, participam das festas de santos, por meio das bandas de taquara, e integram grupos de folias.
Em todas essas tradições, os tocadores desenvolveram diferentes modos de tocar e linguagens musicais associados a tais instrumentos, conformando um amplo arcabouço de ritmos e de toques relacionados também a outros instrumentos musicais presentes em cada uma dessas expressões culturais. Isso revela a importância do ofício de tocador e dos fabricantes de pífanos e de gaitas, que garantem a própria existência material dos instrumentos e a reprodução do bem cultural.
Diante do quadro apresentado, entende-se que os tocadores de gaitas, canudos e pífanos, seus instrumentos e os saberes musicais deles provenientes, assim como dos fazedores destas flautas tradicionais, constituem importantes referências culturais do estado, sendo de grande relevância do ponto de vista do patrimônio cultural mineiro a sua identificação e mapeamento.
Fonte: IEPHA-MG
Foto: Divulgação / IEPHA-MG