O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) emitiu uma recomendação ao município de Januária e à Mitra Diocesana de Januária para que sejam adotadas medidas emergenciais, visando à preservação da Igreja Nossa Senhora do Rosário, localizada no distrito de Brejo do Amparo. Segundo o documento, todos os reparos a serem realizados no patrimônio cultural devem contar com a autorização do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha).
Necessidade de Intervenções
A Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural de Januária identificou a urgência de diversas intervenções na edificação. As ações recomendadas incluem:
Escoramento das paredes da fachada lateral direita.
Monitoramento de trincas já existentes.
Substituição de calhas danificadas no telhado.
Remoção de peças de madeira da sacristia para evitar a proliferação de pragas.
Elaboração de um projeto para contenção do terreno.
Análise do solo e da fundação.
Fechamento de trincas e pintura do local.
Avaliação do altar-mor.
Essas medidas surgem após duas vistorias realizadas pelo Iepha em 2023, que revelaram a presença de trincas na fachada frontal e interna da igreja, além de descolamento do reboco na região do coro. Uma vistoria mais recente, feita em 2024 por uma empresa particular, detectou umidade nos retábulos colaterais e na parede que divide o telhado da nave da capela-mor.
Riscos Identificados
A Coordenadoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural do MPMG também constatou que o acúmulo de peças de madeira na sacristia favorece a proliferação de insetos, além de observar que o desnível na entrada da igreja pode agravar problemas de desmoronamento, especialmente durante as chuvas. O altar-mor foi descrito como apresentando policromia, craqueados e desprendimentos.
Importância Histórica
A Igreja Nossa Senhora do Rosário, com origem ligada a uma das mais antigas rotas de bandeiras no Brasil, possui uma inscrição datada de 1688, que remete à construção de uma primeira capela. A edificação apresenta características ornamentais do estilo nacional-português e da primeira fase do barroco mineiro, com pinturas em estilo rococó. Tombada pelo Patrimônio Histórico Estadual em 1989, a igreja é reconhecida como a segunda mais antiga de Minas Gerais.
Fonte e foto: MPMG