A proteção da biodiversidade e a ampliação da cobertura vegetal em Minas, além do desenvolvimento de ações para regularização ambiental de imóveis rurais são algumas das ações que merecem destaque nesta Semana Florestal 2024. Com o tema “Urgência verde: construindo um futuro sustentável”, o Instituto Estadual de Florestas (IEF) vai promover importantes entregas e atividades educativas, além de destacar avanços na política florestal e as riquezas naturais do nosso estado. A programação, que vai de 21 a 27 de setembro, conta com atividades de plantio de mudas em todo o estado, exposições fotográficas, oficinas e passeios ecológicos, trazendo reflexões sobre a necessidade de arborização e envolvimento das comunidades na preservação dos biomas.
Por meio das 95 Unidades de Conservação (UCs) administradas pelo IEF, Minas Gerais preserva uma área total de 2,38 milhões de hectares. Nesse momento, com mais de 150 dias consecutivos sem chuvas significativas, com altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar, a preservação dessas áreas representa um fôlego, e as ações de plantio desenvolvidas pelo órgão ambiental são essenciais na reposição da vegetação, tão importante para a captura de carbono e a melhoria do clima.
O lançamento da Semana Florestal 2024 acontece numa data significativa: 21 de setembro, Dia da Árvore. O evento de abertura, realizado a partir das 9h, no Parque Estadual Serra Verde, em Belo Horizonte, contará com uma trilha das árvores e um plantio simbólico de mudas nativas. Por meio de parceria com a Emater-MG, a ação de plantio será replicada em 813 municípios de Minas, nos quais a instituição se faz presente.
“Queremos convidar a sociedade para juntos criarmos essa aliança pela restauração dos nossos biomas e para podermos construir um futuro melhor para as nossas crianças. A Semana Florestal será uma oportunidade para promovermos debates e discussões acerca das melhores técnicas, as melhores práticas e ações para garantir com que haja o desenvolvimento de uma biodiversidade mais adequada no nosso país. Discutiremos quais são aquelas ações que podemos implementar e que trarão resultados positivos na mudança desse cenário de mudanças climáticas e dessas ondas de calor que tem nos atingido”, ressalta o diretor-geral do IEF, Breno Lasmar.
Ao longo da semana, diversas atividades compõem a programação da Semana Florestal 2024. A agenda inclui capacitações, webinares, atividades educativas, passeios ecológicos, entre outros.
30 anos do Parque Estadual do Rola Moça
O encerramento da Semana Florestal 2024 será na sexta-feira (27/9), data em que se celebra os 30 anos da criação do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, uma das unidades de conservação mais importantes e visitadas de Minas Gerais, localizada na Região Metropolitana de BH. A solenidade será realizada a partir das 13h, na sede do Parque.
O gerente da unidade, Henri Dubois Collet, fala da simbologia da data e lembra a importância da UC para a Região Metropolitana. “É muito significativo que estejamos celebrando esta data em meio à Semana Florestal. Além de toda beleza cênica, o Rola-Moça oferece proteção aos mananciais responsáveis pelo abastecimento de 330 mil pessoas na Grande BH. É uma oportunidade para reforçarmos a importância do apoio da comunidade para manutenção deste importante espaço, onde as pessoas têm a oportunidade de visitar, fazer caminhadas, praticar ciclismo, passear com a família e conhecer essa maravilha. Não tem presente melhor do que sabermos que recebemos em média 18 mil visitantes por mês”, pontua.
A estrutura da Unidade de Conservação também é referência no monitoramento de incêndios. O parque tem um sistema de seis câmeras instaladas em pontos estratégicos, que cobrem mais de 70% de sua área e ajuda na detecção de incêndios e na segurança em geral.
“Nosso sistema de monitoramento é todo preparado e adaptado para garantir a segurança na visitação e também para auxiliar no combate aos incêndios florestais, principalmente neste período crítico. Estamos bem amparados para conseguir promover a proteção dos nossos recursos naturais”, avalia.
Regularização ambiental
O evento de encerramento da Semana Florestal 2024 também marca a assinatura de dois importantes acordos para a regularização ambiental em imóveis rurais, recuperação de áreas degradadas, e promoção da bioeconomia.
O primeiro deles, de âmbito federal, é o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e o IEF. O pacto inclui o compartilhamento de pesquisas, experiências, capacitação e fomento para o manejo de áreas nativas, além de desenvolver parcerias com instituições públicas e privadas. As obrigações das partes envolvem a implementação de um Plano de Trabalho, monitoramento dos resultados, apoio técnico e operacional, e o cumprimento de atribuições relacionadas à regularização ambiental e à promoção de políticas sustentáveis.
A segunda assinatura, de âmbito estadual, se refere ao ACT pela Implementação do Programa de Regularização Ambiental (PRA) em Minas Gerais. O Acordo entre o IEF e entidades colaboradoras tem como objetivo implementar o PRA em propriedades rurais de Minas Gerais, conforme a Lei Federal nº 12.651/2012 e legislações estaduais. Participam da assinatura deste documento representantes de diversas instituições públicas e do setor produtivo.
Manual de Criação de UCs
A Semana Florestal 2024 também marca o lançamento do Manual de Procedimentos para Criação de UCs. A Diretora de Unidades de Conservação, Letícia Horta Vilas Boas, destaca que o Manual tem a missão de fixar procedimentos a serem seguidos pelo órgão durante o processo de criação de novas UCs, sempre observando as normativas e diretrizes já estabelecidas em nível nacional.
“O objetivo é sempre aperfeiçoar este processo, resultando cada vez mais no planejamento de novas áreas a serem preservadas, bem como na gestão adequada deste importante ativo ambiental da população mineira”, destaca.
A primeira edição do Manual de Procedimentos para Criação de Unidades de Conservação consolida as experiências adquiridas nos últimos 10 anos e oferece informações capazes de orientar tecnicamente os servidores do IEF na condução dos processos de criação de novas unidades de conservação.
O IEF também trabalha na criação das chamadas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), que são unidades de conservação (UCs) de domínio privado e perpétuo, que têm o objetivo de conservar a biodiversidade, sem que haja desapropriação ou alteração dos direitos de uso da propriedade. Minas Gerais tem atualmente 290 RPPNs autorizadas pelo IEF, o que corresponde a uma área de 116,18 mil hectares. Em 2024, o IEF registrou a criação de três novas RPPNs, com área total de 3.000 mil hectares.
Além disso, encontram-se em processo de regularização fundiária quase 900 ha em outras Unidades de Conservação estaduais.
Exposições fotográficas
O lançamento da “Exposição Fotográfica das Unidades de Conservação de Minas”, que ficará em exibição no Shopping Cidade, em Belo Horizonte, de 23 a 27 de setembro, também marca a comemoração da Semana Florestal 2024.
Por meio de banners com fotos e informações detalhadas, a mostra pretende atrair a atenção do público para a riqueza da fauna e flora, a localização geográfica, as formas de acesso, curiosidades e a estrutura de atendimento das 20 UC’s mais visitadas de Minas Gerais: Monumento Natural Estadual (MNE) Serra da Piedade; os parques estaduais do Ibitipoca, da Serra do Rola-Moça, Biribiri, Várzea do Lageado, Serra Nova e Talhado, Sumidouro, Rio Doce, Água Limpa, Lapa Grande, Itacolomi, Serra do Brigadeiro, Mata do Limoeiro, Rio Preto e Serra do Intendente; além da APA Parque Fernão Dias; o Monumento Natural Rei do Mato; a Estação Ecológica Mar de Espanha; o FLOE Uaimii e o Monumento Natural Peter Lund.
As fotos foram cedidas pelo fotógrafo do IEF, Evandro Rodney. Cada unidade de conservação será apresentada em um banner que incluirá imagens dos principais atrativos naturais, informações sobre a localização geográfica, através de um mapa com a região destacada em outra cor, e um QR Code que direcionará para um hotsite com mais informações.
“A exposição é uma forma de expressar a beleza e grandiosidade, em termos de biodiversidade, que as unidades de conservação abrigam. O grande espaço territorial de Minas Gerais e a distância de uma UC à outra, faz com que visitar cada uma delas seja uma atividade que pode levar anos. Ainda assim, há entre nós o consenso de que tais espaços não devem ficar ‘guardados’ entre poucos, mas sim, respeitando a particularidade de cada um, devem ser conhecidos e reconhecidos pelos mineiros, como exercício de conscientização ambiental”, ressalta o diretor-geral do IEF, Breno Lasmar.
A mostra ficará em exibição concomitantemente à exposição comemorativa dos 80 anos do Parque Estadual do Rio Doce, que desde o dia 19 de agosto enriquecem a experiência dos passageiros que circulam pelo Aeroporto Internacional de Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Quem passa pelo terminal encontra diversas imagens e informações sobre a biodiversidade do parque, com destaque para duas réplicas de árvores com fotografias dos pássaros mais encontrados na unidade de conservação. Gerido pelo IEF, o Parque Estadual do Rio Doce abriga a maior área contínua de Mata Atlântica preservada no estado, com 36 mil hectares de rica biodiversidade e árvores centenárias.
Prevenção a incêndios
O trabalho de prevenção e combate a incêndios e ações educativas e de conscientização da população também serão temas de atividades na Semana Florestal. O Governo de Minas realiza um trabalho contínuo de prevenção, planejamento e parcerias com instituições de segurança e de meio ambiente para prevenir incêndios e queimadas no estado. Durante todo o ano, o governo atua para preservar áreas protegidas e seus biomas, por meio de investimentos em novas tecnologias, estratégias, brigadistas e capacitações técnicas.
A estratégia para redução do número de queimadas no período crítico começa ainda no primeiro semestre, com a realização de aceiros, faixas com ou sem vegetação que são feitas para que as chamas sejam impedidas de passar de um ponto a outro de uma determinada área. Há, ainda, o Manejo Integrado do Fogo, por meio das queimas prescritas, que são incêndios de baixa intensidade em área previamente avaliada e onde a fauna e a flora estão adaptadas a esse fogo.
O IEF realiza, ainda, a conscientização da população que vive no entorno das Unidades de Conservação sobre os perigos da queima de lixo próxima às áreas protegidas, além de guimbas acesas de cigarro e até mesmo ação proposital. Esses são alguns dos exemplos de como grandes incêndios podem ser provocados, colocando em risco uma vasta biodiversidade.
Fonte: ief.mg.gov.br/
Foto: Evandro Rodney/Sisema