Na sexta-feira, 13 de setembro, Ipatinga recebeu um dos eventos mais significativos do Fórum Técnico Minas Gerais pela Ciência – Por um Desenvolvimento Inclusivo e Sustentável. O encontro, que integra a série de reuniões regionais organizadas pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em parceria com 47 entidades da sociedade civil e do poder público, destacou o papel dos institutos federais e a necessidade de diversificação no modelo de desenvolvimento estadual.
O evento foi particularmente notável por ser o único dos sete encontros regionais a acontecer dentro de um instituto federal, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG) – Campus Avançado Ipatinga. Essa escolha foi destacada por Alex de Andrade Fernandes, diretor-geral do campus, como um reconhecimento da importância das instituições federais no cenário educacional e de pesquisa.
Potencial dos Institutos Federais e Demandas Regionais
Gislayne Gonçalves, pró-reitora de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do IFMG, sublinhou o papel crucial dos institutos federais na interiorização da produção de conhecimento. Com cinco institutos federais espalhados por Minas Gerais, esses centros não só produzem ciência e tecnologia no interior, mas também têm o potencial de reduzir desigualdades regionais através de investimentos adequados. Ela também mencionou a recente criação da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, consolidando instituições e escolas técnicas em uma rede de 38 institutos em todo o Brasil.
A deputada Beatriz Cerqueira (PT), presidenta da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da ALMG, destacou a necessidade de expandir o número de matrículas nos institutos federais como forma de investir em uma educação de qualidade. Ela também enfatizou a importância de integrar a educação básica nas estratégias de desenvolvimento científico do estado.
Educação Básica e Inovação
A participação ativa de profissionais e estudantes da educação básica foi um dos pontos altos do encontro. A deputada Cerqueira elogiou a presença deste público, argumentando que o empoderamento da ciência e pesquisa na educação básica é essencial para o desenvolvimento de futuros cientistas. Entre as propostas apresentadas estavam o incentivo ao desenvolvimento científico por estudantes do ensino fundamental e médio e a criação de um evento anual para a exposição de projetos.
Outras propostas incluíram estudos sobre saneamento básico para apoiar políticas públicas e pesquisas sobre o uso de novas tecnologias na educação. Esses esforços visam construir uma base sólida para um desenvolvimento mais sustentável e inclusivo.
Desafios e Perspectivas para o Vale do Aço e Rio Doce
O encontro também abordou questões específicas da região do Vale do Aço e Rio Doce. Gislayne Gonçalves destacou as vantagens da região, como sua forte indústria siderúrgica e estrutura logística, mas também apontou desafios como desigualdades socioeconômicas e a necessidade de diversificação econômica. Ela enfatizou a importância de um modelo de desenvolvimento ambientalmente sustentável, incluindo práticas de mineração e agricultura mais responsáveis.
Alex Fernandes, diretor-geral do IFMG – Campus Avançado Ipatinga, lembrou a importância de alocar recursos para educação, ciência e tecnologia, especialmente em face dos impactos do rompimento da barragem de Mariana, que afetou a região. A preservação ambiental também foi abordada por Cida Lima, vereadora de Ipatinga, que alertou sobre os problemas causados por escolhas insustentáveis.
Investimentos e Futuro
O Fórum Técnico visa elaborar um Plano de Ciência, Tecnologia e Inovação para o desenvolvimento social e econômico de Minas Gerais. A pró-reitora Gislayne Gonçalves mencionou o recente anúncio do governo federal sobre um plano brasileiro de inteligência artificial com investimentos significativos e destacou a necessidade de alinhar esforços entre instituições públicas e privadas para alcançar resultados positivos.
Fonte e foto: ALMG