Um incêndio florestal, iniciado na última quinta-feira (5), devastou aproximadamente 10 mil hectares do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. A área atingida, que inclui regiões entre o Paralelo 14 e a Cachoeira Simão Correia, ainda é uma estimativa, e a causa do incêndio permanece desconhecida. A administração do parque suspeita que o incêndio possa ter sido criminoso, uma vez que não há informações conclusivas sobre sua origem.
De acordo com uma nota divulgada no domingo (7), a administração do parque informou que o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o PrevFogo, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), mobilizaram equipes para combater o incêndio, com o apoio do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás. A expectativa era de que duas aeronaves fossem enviadas para a área, mas a reportagem não conseguiu confirmar a chegada desses recursos.
No segundo dia do evento, a situação também mobilizou um mutirão organizado pelo Polo de EcoCiências do Cerrado. O grupo visitou a Reserva Privada do Patrimônio Natural (RPPN) Campo Úmido Voshysias, em Alto Paraíso de Goiás, próxima ao parque. Assim como a RPPN Murundu, que foi inspecionada no sábado (7), a reserva foi afetada pelo incêndio, e a equipe precisou realizar a retirada de plantas exóticas invasoras e avaliar os danos.
Além das ações de combate direto, a Rede Contrafogo, que articula brigadas de voluntários, e o Instituto Biorregional do Cerrado (IBC) também estão envolvidos no esforço. Ivan Anjo, da Rede Contrafogo, denunciou em um vídeo nas redes sociais que o lixão de Alto Paraíso de Goiás, uma área conhecida por recorrentes incêndios, pegou fogo novamente no dia 6 de setembro. Anjo critica a gestão municipal por sua falta de ação para prevenir e controlar os incêndios, e a postagem gerou uma série de comentários de moradores que compartilham preocupações semelhantes sobre a administração local.
O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, conhecido como o “berço das águas”, é crucial para o Cerrado, um bioma que pode perder até 34% do fluxo dos seus rios até 2050 devido a mudanças climáticas. Até o dia 7 de setembro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) havia registrado 48.966 focos de queimada no Cerrado este ano, superando apenas a Amazônia em número de queimadas.
As autoridades continuam a monitorar a situação e a trabalhar para conter o incêndio, enquanto a comunidade local e as organizações ambientais fazem esforços para mitigar os impactos e proteger o ecossistema vital da região.
Fonte: Agência Brasil Foto: CBMGO/ Divulgação / Reprodução