Ricardo Gandour, jornalista e professor da ESPM, sugeriu que redações, tanto no Brasil quanto no exterior, devem incluir metas qualitativas sobre o clima, além das tradicionais metas de audiência. Gandour fez essa proposta em uma conversa online com editores e repórteres sobre a crise climática, organizada pelo Fórum de Editores da ANJ e da Aner.
Ele observou que reportagens sobre mudanças climáticas muitas vezes não ajudam a alcançar metas de audiência e, por isso, podem estar sendo negligenciadas. Gandour enfatizou que matérias sobre o clima são importantes, mesmo que não sejam as mais lidas, e devem ser incorporadas aos indicadores de desempenho das redações.
Gandour também recomendou uma abordagem mais transversal para a cobertura da crise climática, pois o tema permeia vários ministérios e setores. Ele destacou o papel crucial do Exército na proteção da Amazônia e a importância de diversificar fontes, incluindo ONGs, universidades e startups de bioeconomia.
Ele apontou que, apesar de a cobertura climática ter baixo retorno imediato, há um crescente interesse no tema. A COP30, que ocorrerá em Belém em novembro de 2025, deve ser um ponto de partida para uma cobertura mais robusta, refletindo a importância da região Amazônica.
Gandour também mencionou a necessidade de mais treinamento para jornalistas, a importância do letramento climático e a vigilância contra o Greenwashing. Ele recomendou que as redações evitem simplesmente repetir alegações ambientais sem verificar os dados.
Por fim, Gandour sugeriu maior cooperação entre jornalistas das diferentes regiões do Brasil e destacou a importância das sabatinas eleitorais para garantir que a crise climática seja abordada nas campanhas municipais.
Com as informações da ANJ
Foto: Reprodução / ANJ