Democratizar o acesso à leitura e promover a cultura do compartilhamento de livros e revistas são alguns dos objetivos do projeto “Cultura e Sabedoria”, relançado no dia 14 de agosto na Comarca de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De autoria do juiz Carlos Márcio de Souza Macedo, diretor do foro, o projeto surgiu em 2019, e está novamente implantado nas instalações do Fórum da comarca.
A intenção agora é ampliar o alcance da iniciativa, atraindo um público mais amplo e diversificado e fomentando a cultura de uma leitura mais robusta e inclusiva. “Estamos em estudos avançados para parcerias com instituições de ensino municipais e estaduais, sobretudo infanto-juvenil, com o objetivo de que venham para o Fórum de Betim para utilizarem nosso acervo”, destacou o magistrado.
O projeto estabeleceu um espaço no Fórum dedicado ao compartilhamento de livros e revistas, onde o público interno e externo pode livremente doar e retirar materiais, sem a necessidade de devolução e sem qualquer cadastro prévio. “Adicionalmente, foi criado um ambiente de leitura nos 1º e 2º andares, equipados com longarinas e estantes que oferecem obras para empréstimo”, adiantou o juiz Carlos Márcio.
O magistrado avaliou que, com o projeto, a Comarca de Betim desempenha um papel fundamental na democratização do acesso à leitura, ao disponibilizar gratuitamente livros e revistas para a comunidade. “Em um contexto no qual o acesso à cultura e à educação pode ser limitado, especialmente para as populações mais vulneráveis, iniciativas como essa permitem que o conhecimento esteja ao alcance de todos, independentemente de suas condições econômicas”.
Outra preocupação com o projeto é a promoção da cultura do compartilhamento, incentivando as pessoas a doarem livros que já leram, contribuindo para a circulação de conhecimento e o desenvolvimento pessoal e coletivo. “Esse ato de compartilhamento fortalece o senso de comunidade, criando um ambiente onde o aprendizado é valorizado e disseminado de forma colaborativa”, observou o juiz.
O magistrado acredita que a leitura é um dos pilares fundamentais para a formação de uma sociedade consciente, crítica e capaz de participar ativamente. “Ao acessar diferentes perspectivas, ideias e conhecimentos por meio da leitura, as pessoas podem desenvolver a capacidade de pensar de maneira independente, questionar o status quo e, bem-informadas, tomar decisões. Isso, por sua vez, contribui para a criação de uma sociedade mais livre, justa e solidária, onde as pessoas estão mais bem equipadas para compreender e enfrentar os desafios complexos do mundo contemporâneo”, apontou o juiz Carlos Márcio.
Além disso, o juiz considerou que a leitura desempenha um papel crucial na formação do caráter e dos valores, por meio das narrativas e dos exemplos presentes nos textos, no qual o indivíduo tem a oportunidade de explorar diferentes realidades, entender dilemas éticos e refletir sobre a condição humana. “Esse processo é vital para o desenvolvimento da empatia, do senso crítico e do respeito ao próximo, características essenciais para a coesão social”, afirmou.
Criada e composta pelos juízes Carlos Márcio de Souza Macedo, Robert Lopes de Almeida e pela juíza Simone Torres Pedroso, e com a participação dos servidores Leonardo Ferreira de Vasconcellos e Sandra Mara Leão Mendes dos Santos, a Comissão Cultural Permanente da Comarca de Betim tem a finalidade de promover uma gestão compartilhada do foro, com especial atenção às iniciativas culturais, de modo a incentivar a colaboração destes membros em projetos como esse.
A Fundação São José colabora com o projeto “Cultura e Sabedoria”, que generosamente realizou a doação de aproximadamente 6.000 livros.
O diretor do foro informou que qualquer pessoa, seja um membro do público interno ou externo do Fórum, pode contribuir com obras que já leu ou que considera relevantes para outros leitores. “Essas doações alimentam o acervo disponível, garantindo uma variedade maior de materiais e atendendo a um público mais diversificado”, disse.
Fonte e fotos: Amagis