O Instituto Estadual de Florestas (IEF) lançou uma série de materiais educativos para orientar os produtores rurais sobre como lidar com a invasão de javaporcos, uma espécie invasora que ameaça a biodiversidade e a produção agrícola na região da Serra do Espinhaço. O material, que faz parte do projeto “Elaboração e implementação de uma estratégia de comunicação para a prevenção, controle e monitoramento de javalis/javaporcos na Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço”, inclui vídeos e cartilhas desenvolvidos com base em um trabalho realizado na área do Parque Nacional da Serra do Cipó e seus arredores.
A iniciativa está inserida no contexto do Plano de Ação Territorial (PAT) Espinhaço Mineiro, mas com um alcance maior, visando informar produtores de toda a região sobre os impactos da espécie invasora e sobre as diferenças entre a fauna nativa e exótica.
O javali (Sus scrofa), originário da Europa, Ásia e norte da África, foi introduzido na América do Sul no início do século XX e, desde então, se tornou um problema crescente no Brasil. A espécie se espalhou principalmente devido ao escape de animais de criações e ao cruzamento com porcos domésticos, o que ampliou sua capacidade reprodutiva e aumentou sua proliferação no ambiente.
Considerado uma das 100 espécies invasoras que mais prejudicam a biodiversidade, o javali é responsável por danos à fauna e flora nativas, além de contribuir para processos erosivos e o assoreamento de corpos d’água. Ele também afeta a agricultura e representa riscos sanitários para a pecuária.
A área do Espinhaço Mineiro, abrangendo 105.251 km² e 172 municípios em Minas Gerais, é um dos locais mais ricos em biodiversidade do Brasil, com destaque para espécies endêmicas dos biomas Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. “A biodiversidade da região revela as riquezas naturais de três biomas”, afirmou Janaina Aguiar, analista ambiental do IEF, destacando a importância da preservação desse território.
O IEF, em parceria com outras instituições como o Instituto de Meio Ambiente (IMA), o Instituto Bromélias, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e, ainda, Prefeituras, Associações e Brigadas locais, desenvolveu a ação. “A colaboração de diferentes instituições foi essencial para a construção de um plano de gestão mais eficaz. Acreditamos que as diretrizes de controle têm grande potencial de implementação”, ressaltou Aguiar.
O projeto faz parte do PAT Espinhaço Mineiro, que visa integrar esforços da União e dos estados para implementar políticas públicas voltadas à conservação. Além disso, o projeto foca na redução das ameaças à biodiversidade e na proteção de espécies que estão em risco de extinção. O IEF também participa do Projeto Pró-Espécies, que busca conservar espécies ameaçadas, com apoio do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e execução do WWF-Brasil.
Fonte e foto: IEF