Formado em Biologia pela Federal do Ceará (UFC), o professor Alexsandro Sobreira Galdino é professor no Campus Centro-Oeste Dona Lindu, onde coordena o Grupo de Inovação Tecnológica e Empreendedorismo (GRITE) e orienta pesquisas no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBIOTEC). Há uma década e meia em Divinópolis, será um dos agraciados com o Prêmio Orfeu, da Academia Divinopolitana de Letras, em cerimônia marcada para o dia 13 de março, às 19h30, no Teatro Gravatá.
“Eu sempre sonhei em ser cientista. Sempre gostei da natureza e dos animais. Ficava fascinado com as descobertas científicas e falei para mim mesmo que eu gostaria de dar a minha contribuição nesse campo, de alguma forma. Foi quando meu professor de Biologia no Colégio Santo Inácio, em Fortaleza (CE), Professor Saboya, me incentivou, me chamando à frente para receber a maior nota nas provas de Biologia. Hoje ele é meu amigo pessoal”, relembra.
A partir dali, Alexsandro ingressou na graduação em Ciências Biológicas da UFC, onde fez mestrado em Bioquímica, orientado pelo professor Thalles Barbosa Grangeiro. Em 2024, fez doutorado em Biologia Molecular na Universidade de Brasília para trabalhar com expressão de moléculas de interesse industrial, com apoio do professor e amigo Fernando Araripe. No pós-doutorado na modalidade empresarial (PDI-CNPq), na área de Imunologia aplicada (UnB), trabalhou no desenvolvimento de antígenos nacionais para kits de imunodiagnóstico inovadores, com a professora Maria Sueli Felipe e o professor Fernando Araripe. Em 2010, aprovado em concurso docente na UFSJ, implementou a linha de pesquisa para a produção de kits de diagnóstico com o objetivo de colaborar com o setor produtivo de Minas Gerais e do Brasil. “A ideia seria o desenvolvimento de kits de diagnóstico de elevada capacidade diagnóstica para doenças negligenciadas, não-negligenciadas e emergentes”, explica o pesquisador.
Alexsandro Galdino publicou mais de 90 trabalhos em revistas científicas internacionais e depositou mais de 60 patentes. Durante sua trajetória acadêmica, orientou 19 alunos de graduação, 22 de mestrado, 10 de doutorado e 6 pós-doutores. Atualmente é Bolsista de Produtividade 1D CNPq. Algumas de suas pesquisas mais relevantes:
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Desenvolvimento de enzimas de interesse biotecnológico;
2. Desenvolvimento de antígenos inovadores para kits de imunodiagnóstico;
3. Desenvolvimento de testes rápidos Point-of-Care;
4. Difusão e capacitação da cultura do Empreendedorismo e Inovação em Ciências da Vida, por meio da formação de recursos humanos em nível de ensino médio, graduação e pós;
Para Alexsandro, seu maior legado para Divinópolis ao longo desses 15 anos foi a formação na área de inovação tecnológica e de empreendedorismo, seguida pela inserção no mercado nessa área. Uma das mais expressivas conquistas diz respeito aos testes de diagnóstico rápido que hoje são objetos de licenciamento de tecnologia para empresas e para o SUS. Ele foi o primeiro coordenador da Câmara de Inovação da Fapemig.
Como interpretar essa trajetória? “Significa que aquele planejamento de vida que fiz lá atrás deu certo. Ser reconhecido pela sociedade de Divinópolis, cidade do meu emprego como professor efetivo, significa que o trabalho que estou fazendo na UFSJ está impactando positivamente o nosso ecossistema. A ideia daqui para frente é dar oportunidade às pessoas comprometidas e engajadas, de forma que possam, no futuro, se fixar em Divinópolis, movimentando a economia da nossa cidade e região. Temos uma grande missão pela frente: conseguir fixar no mercado de trabalho a quantidade de recursos humanos que formamos.”
Prêmio Orfeu
O troféu foi entregue pela primeira vez em 2015. Idealizado pelo então presidente da Academia Divinopolitana de Letras, Augusto Fidelis, que desejava homenagear os músicos que colaboravam com os eventos realizados durante suas cinco gestões à frente do Sodalício. No entanto, devido à sugestão dos demais acadêmicos, a homenagem foi ampliada para outras categorias, inclusive a imprensa.
A estatueta foi concebida pelo artista plástico Vicente Tarcísio Batista, de modo a lembrar o Oscar, o grande prêmio do cinema americano. O Orfeu, no entanto, quer lembrar, principalmente, a figura da mitologia grega, que se tornou conhecida pela sua capacidade com a música e a poesia.
Fonte e foto: Universidade Federal de São João del Rei