Uma das zagueiras da Seleção Brasileira, Kaká é uma atleta determinada a vencer na carreira de jogadora, o que fica evidente com suas atuações pelo São Paulo. Jovem, com 25 anos, já alcançou algumas metas, como a de fazer parte do seleto grupo da Amarelinha. Quer ir mais longe e vislumbra a possibilidade de integrar a equipe que vai disputar a Copa do Mundo no Brasil, em 2027.
“Nem tem como descrever esse momento”, diz.
Antes, vai se esforçar ao máximo para estar no elenco da Seleção Brasileira na Copa América, em julho de 2025, no Equador.
Nesta entrevista, ao site da CBF, Kaká conta um pouco de sua trajetória, desde quando, ainda menina, já se apaixonava pela prática do futebol. Fala das dificuldades enfrentadas, quando teve de vender doces na rua para pagar seus estudos e ajudar em casa, da responsabilidade com que encara sua profissão, a fim de ser um exemplo para os irmãos, e rende-se com afeto aos ensinamentos que lhe foram passados por sua avó, Maria das Neves.
Confira abaixo a entrevista de Kaká:
Início da carreira – “Sou muito grata de estar na Seleção hoje, é a realização de um sonho. Comecei a jogar bola desde muito nova, costumo dizer que desde a barriga da minha mãe. Eu estava na barriga dela e já era apaixonada por futebol. Mas comecei a jogar mesmo num time feminino aos meus 9 anos de idade, numa escolinha lá mesmo de Paranoá, (Distrito Federal), onde nasci, com os professores Vinicius e Carioca. Foi lá onde tudo começou.
Depois, tive a oportunidade de jogar numa escola particular onde estudei, a Notre Dame e também no Colégio CERTO, sendo bolsista, locais em que cursei o ensino fundamental e ensino médio. Houve uma parceria do Colégio CERTO, do Marcos, e o Minas Brasília, que era o time da Nayara e da Nayeri e a partir daí eu ingressei no campo … aos 16 anos.
Passei pelas seleções de base Sub-17 e Sub-20 algumas vezes e joguei alguns campeonatos pelo Minas Brasília, como Estadual e Brasileiro, no futsal e no campo. Aí tive oportunidade de ganhar bolsa na faculdade (Centro Universitário Icesp) e me formei em Marketing e Administração … depois eu continuei só no profissional de campo no Minas Brasília e tive oportunidade jogar no Santos, São Paulo e Seleção principal.”
Uma referência – “Sempre acompanhei futebol feminino, sempre fui apaixonada por futebol feminino, acompanhava mais o feminino que o masculino. Uma pessoa que sempre eu acompanhei e continuo acompanhando é a Érika (zagueira e volante medalhista olímpica em 2008 e que atualmente joga no Corinthians), desde a primeira vez que a vi jogando na Olimpíada me apaixonei pelo futebol dela, mesma posição que eu jogo, me inspirava muito nela, jogadora da Seleção Brasileira.”
Superação – “Desde pequena, a maior dificuldade na minha carreira foi minha família. Sempre estive à frente da minha família, como responsável pelos meus irmãos, minha avó, meus primos. Então, a maior dificuldade foi conciliar, cuidar da minha família e jogar bola. Porque quando eu comecei, não tinha condições financeiras, tinha que trabalhar e jogar bola.
Sempre trabalhei desde muito nova, jogando bola e estudando. Hoje eu consigo conciliar bem essa parte, o futebol me proporcionou isso, cuidar dos meus irmãos e da minha avó (Maria das Neves). Nem sempre foi assim, hoje é mais fácil por ter essas condições. Antes, eu precisei vender doces na rua para dar esse suporte a eles.”
Exemplo – “Eu tenho muito responsabilidade, olho para meus irmãos, são crianças, e eles precisam que eu esteja sempre bem, para que possam olhar pra mim e me ver como exemplo. Elas moram comigo, o Daniel, de 9 anos, e o Iago, de 12. Então é isso que me mantém sempre firme, sempre com foco nos meus objetivos.”
Copa do Mundo de 2027 – “Não tem como descrever, algo que quero viver bastante até lá, desfrutar tudo que eu tenho para desfrutar aqui na Seleção Brasileira e fazer por merecer estar lá. Vai ser um longo período até a Copa do Mundo e passa muito rápido. A gente tem que aproveitar bem as oportunidades, quero desfrutar cada momento até lá.”
Fonte: CBF
Foto: Rafael Ribeiro / CBF