Mônica Aparecida Silva, 50 anos, e Carolina Leão, 40 anos, são duas mulheres que compartilham um mesmo desafio: o tratamento contra o câncer de mama. Ambas estão em tratamento no Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), unidade da Rede Fhemig referência estadual em oncologia. Suas histórias, no entanto, mostram realidades distintas sobre como o diagnóstico e o cuidado precoce podem impactar diretamente a evolução da doença e a qualidade de vida durante o tratamento.
Mônica, cuidadora de idosos, foi diagnosticada com câncer de mama em outubro de 2024, após realizar sua mamografia anual, procedimento que ela faz desde a menopausa, aos 44 anos. O diagnóstico precoce permitiu que ela passasse por uma cirurgia em dezembro do ano passado, sem a necessidade de quimioterapia. Em breve, ela iniciará sessões de radioterapia, mas sua trajetória demonstra que o câncer de mama, quando detectado a tempo, pode ser tratado de maneira menos agressiva, com uma recuperação mais tranquila.
Já Carolina, advogada de 40 anos, teve o câncer detectado em estágio avançado em março de 2021, quando tinha apenas 36 anos. A falta de cuidados preventivos, como consultas ginecológicas regulares e exames de rotina, somada a um histórico familiar de câncer de mama – com duas tias maternas diagnosticadas, uma das quais faleceu devido à doença – fez com que seu caso fosse mais complexo. Ela passou por quimioterapia por seis meses, perdeu os cabelos e utilizou peruca por dois meses. Sua cirurgia foi realizada em fevereiro de 2022. A luta de Carolina evidencia o impacto da falta de prevenção e a importância de cuidar da saúde com regularidade, especialmente quando se tem fatores de risco, como o histórico familiar.
A Importância do Diagnóstico Precoce
A história das duas mulheres ilustra de maneira clara como o diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença no tratamento do câncer de mama. Como explica o cirurgião oncológico do HAC, Dr. Marcelo Gissoni, “a maioria dos cânceres, quando detectados precocemente, tem altas taxas de cura. O tratamento dos tumores iniciais é menos agressivo e menos complexo, com menos efeitos colaterais ou sequelas e com ciclos menores de quimioterapia, proporcionando uma melhor qualidade de vida.”
O diagnóstico precoce é uma ferramenta poderosa não só para a cura, mas também para a preservação da qualidade de vida. Nos casos de Mônica e Carolina, a diferença no tempo de diagnóstico e no tratamento reflete em experiências distintas: enquanto Mônica passará por um tratamento menos invasivo, Carolina enfrentou um percurso mais árduo devido ao estágio avançado da doença.
Prevenção e Estilo de Vida Saudável
A prevenção do câncer de mama e de outras doenças oncológicas também está diretamente ligada a um estilo de vida saudável. Dr. Gissoni destaca que a adoção de hábitos saudáveis pode reduzir os riscos de desenvolvimento de câncer. “A prevenção também está ligada à adoção de um estilo de vida saudável. Isso significa abandonar o consumo de cigarros e álcool, não comer alimentos ultraprocessados, controlar o peso, praticar alguma atividade física, não se expor ao sol em excesso e nem usar anabolizantes ou outros hormônios para fins estéticos”, afirma o médico.
Além disso, a vacinação contra o HPV é uma medida preventiva importante, especialmente para o câncer de colo uterino, que está relacionado em quase 100% dos casos à infecção pelo vírus.
Atendimento Oncológico no HAC
O Hospital Alberto Cavalcanti tem se destacado no atendimento a pacientes com câncer, realizando mais de 134 mil atendimentos nos últimos três anos, com uma média de 45 mil atendimentos anuais em seus dois ambulatórios de Oncologia e Especialidades. Em 2024, o número de primeiras consultas foi superior a 2 mil, e mais de 13 mil atendimentos de quimioterapia foram realizados. Em relação às cirurgias, o hospital registrou mais de 2 mil procedimentos em 2024 e 2023.
Atenção aos Sinais e Sintomas
O cirurgião oncológico Marcelo Gissoni reforça a importância de estar atento ao próprio corpo e conhecer os sinais e alterações que podem indicar a presença de câncer. Alterações no aspecto e cor das fezes e urina, dificuldade para urinar, mudanças no hábito intestinal, nódulos palpáveis nas mamas, pescoço, axilas e virilhas, e a presença de feridas que demoram a cicatrizar são alguns dos sinais que não devem ser ignorados.
Além disso, é essencial o apoio dos familiares e amigos para que o paciente mantenha hábitos saudáveis e siga corretamente o tratamento. O suporte emocional, assim como a adesão às orientações médicas, é fundamental para o sucesso do tratamento e para a manutenção da saúde mental durante a jornada contra o câncer.
Com as informações da Agência Minas
Foto: Fhemig / Divulgação