A Corregedoria da Polícia Militar e o Centro de Inteligência da PM (CIPM) estão conduzindo uma apuração sobre dois policiais militares da ativa, suspeitos de vazar informações confidenciais sobre operações para membros do PCC (Primeiro Comando da Capital). O caso está relacionado ao assassinato de Antonio Vinícius Lopes Gritzbach, ex-integrante da facção criminosa e delator de policiais corruptos, ocorrido em 2024.
Os policiais investigados, ambos praças da PM, atuaram na Agência de Inteligência da Rota entre 2021 e 2022. Durante esse período, eles estariam repassando dados sigilosos que ajudaram na movimentação interna do PCC, principalmente em uma fase de intensos conflitos dentro da facção. As investigações apontam que, após o assassinato de um dos líderes do grupo, Anselmo Bicheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, o vazamento de informações teria facilitado ações criminosas.
A investigação também investiga o capitão Raphael Alves Mendonça, então subordinado aos policiais em questão e responsável pela segurança pessoal do prefeito de São Paulo. Embora ele tenha sido exonerado do cargo na Prefeitura na última quarta-feira (29), até o momento não há evidências suficientes para envolvê-lo diretamente no vazamento de informações para o PCC. Os dois policiais subordinados ao capitão, no entanto, são considerados alvos principais das investigações. Um deles já está preso.
A Corregedoria da PM se pronunciou oficialmente sobre o caso, destacando que 17 policiais já foram detidos desde o início do ano, em uma ação mais ampla que visa combater a corrupção dentro da corporação. Além disso, a PM reforçou que não tolerará desvios de conduta, deixando claro que as investigações continuam em andamento. A força-tarefa criada pela Secretaria de Segurança Pública tem como foco esclarecer como membros da corporação têm colaborado com facções criminosas, colocando em risco operações de segurança e favorecendo a impunidade de criminosos.
A apuração também envolve a morte de Vinícius Gritzbach, ocorrida no Aeroporto Internacional de São Paulo, em novembro do ano passado. O ex-integrante do PCC e delator estava sendo monitorado por policiais que, supostamente, colaboravam com a facção. Entre os 17 policiais detidos, o PM Denis Antonio Martins é acusado de ser o autor dos disparos contra Gritzbach, enquanto outros 14 faziam parte da escolta privada do delator.
A investigação sobre o vazamento de informações sigilosas começou após uma denúncia anônima em março de 2024. Os investigadores apuram como informações estratégicas estavam sendo vazadas, muitas vezes por policiais em serviço, para beneficiar criminosos e evitar sua prisão.
Esse caso é mais um capítulo de um esforço contínuo da Polícia Militar e da Corregedoria para combater a corrupção interna e garantir a integridade da corporação. As investigações seguem em sigilo, e mais detalhes podem ser divulgados à medida que os casos sejam resolvidos.
Fonte e foto: redes sociais