Quatro empresas investigadas por furto de energia, localizadas em Belo Horizonte e Contagem, na Região Metropolitana da capital, foram alvo da operação Curto-Circuito, deflagrada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), com participação da Cemig, nessa terça-feira, 23 de julho.
Além das inspeções técnicas, foi efetuada a autuação em flagrante do proprietário de uma das empresas investigadas, localizada no bairro Arvoredo, em Contagem, pelo crime de furto. Os donos dos outros estabelecimentos vistoriados não foram encontrados no local.
Na empresa em que o suspeito foi autuado, uma padaria, os policiais civis flagraram o furto de energia no local. “Segundo informações, já era a quarta vez que a Cemig identificava esse tipo de situação no estabelecimento comercial”, acrescentou o delegado Daniel Couto e Gama.
Os proprietários das empresas que não foram encontrados no local no momento da operação, serão intimados pela Polícia para prestar esclarecimentos.
Esquema criminoso
Conforme apurado pelo Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), os estabelecimentos alvo da ação policial teriam danificado os medidores de energia instalados nos postes. Os levantamentos indicam que o método empregado consistia em provocar um curto-circuito nos medidores, resultando no mau funcionamento ou na interrupção completa da medição do consumo de energia elétrica.
“Não apenas o furto é o ilícito praticado nesses casos, porque, uma vez que se tem o enriquecimento ilícito, isso acaba compondo parte do lucro da empresa, que começa a ter um ganho indevido gastando menos energia elétrica. Isso pode caracterizar sonegação e lavagem de dinheiro”, explicou o chefe do Depatri, Felipe de Freitas, ressaltando que a Polícia Civil também irá investigar o envolvimento das empresas nessas modalidades criminosas.
Responsabilização
Em decorrência da operação, foram instaurados três inquéritos policiais para identificar e responsabilizar os envolvidos no esquema. O suspeito autuado em flagrante pelo crime de furto de energia (previsto no artigo 155, § 3º, do Código Penal) foi liberado após o pagamento de fiança.
Segundo o chefe do Depatri, essas ações criminosas geraram perdas, apenas em 2023, da ordem de R$ 142 milhões para a Cemig. Além do impacto na arrecadação, ainda há os prejuízos com manutenção, devido aos danos causados à rede elétrica.
Repressão
O chefe do Depatri ressaltou que a operação Curto-Circuito reforça o compromisso das autoridades com o combate ao furto de energia elétrica, crime que afeta não só a empresa concessionária, mas também a sociedade como um todo, elevando custos e comprometendo a qualidade dos serviços prestados.
“Até o momento, oito alvos foram identificados na capital e região metropolitana. A Cemig vem auditando seus sistemas, de forma a identificar outros alvos potenciais e, a partir disso, desencadearemos novas intervenções em todo o estado”, afirmou Felipe de Freitas.
A operação Curto-Circuito continua.
Fonte e fotos: Polícia Civil de Minas Gerais