A Prefeitura de Belo Horizonte planeja plantar 50 mil árvores por toda a cidade em 2025 – meta estipulada após um recorde batido em 2024: mais de 35 mil plantios em um ano, que foi marcado por grandes avanços na questão ambiental na capital. A política ambiental da Prefeitura trouxe o título de “Cidade Árvore do Mundo” pelo programa Tree Cities Of The World, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), que reconhece municípios com liderança em função de práticas arbóreas, como o manejo e preservação de árvores, florestas urbanas e espaços verdes.
O planejamento para os próximos anos inclui a implantação de um corredor verde por ano e pelo menos 20 miniflorestas a cada ano. Para 2025, está prevista a implantação da fase 2 do corredor verde da Avenida Antônio Carlos, com plantios em passeios e canteiros. E para ampliar ainda mais as áreas verdes, haverá a implementação dos parques Ciliar do Onça e Aterro (futuro Parque Taiobeiras).
Ainda será criada a Autoridade Climática, que é a Coordenadoria Especial de Mudanças Climáticas, atrelada ao gabinete do prefeito.
Para o secretário de Meio Ambiente, Gelson Leite, 2024 foi um ano muito positivo, marcado pela maior participação social. “A maior parte dos nossos resultados foi obtida graças ao empenho e à competência de nossos técnicos, mas também pela importante presença dos diversos segmentos da sociedade nas discussões. Dessa forma, vamos criando políticas públicas com a marca do belo-horizontino, de quem vive e gosta da cidade”, afirmou.
Confira as principais metas para 2025
– Na arborização, o plantio de 50 mil novas árvores na cidade.
-Início da fase 2 de implantação do corredor verde da Avenida Antônio Carlos, com plantios em passeios e canteiros.
-Implantação de pelo menos 20 miniflorestas
– No eixo ampliação de áreas verdes, implementação dos parques Ciliar do Onça e Aterro (futuro Parque Taiobeiras).
-Implantação de 50 refúgios climáticos e 100 novos jardins de chuva a partir de 2025.
-Instalação de pelo menos 5 novos meliponários a cada ano.
– Investimentos na recuperação de nascentes, com pelo menos 10 revitalizações por ano.
– Na agenda do bem-estar animal, implantação de uma segunda unidade do Hospital Veterinário.
– Fornecimento de medicamentos veterinários básicos a animais tutelados por população de baixa renda.
– Banco de ração: implantar o banco de ração em apoio aos protetores do Cadastro de Protetores Independentes de Belo Horizonte.
– No eixo governança e participação, será lançado o do Plano Municipal de Educação Ambiental, para consolidar as ações e propostas em desenvolvimento e ampliar a atuação da educação ambiental do poder público e da sociedade civil.
– A Conferência Municipal do Clima será um espaço para construir diretrizes climáticas para a gestão do município.
– Investimento na gestão do Licenciamento Ambiental, garantindo maior agilidade e eficiência, com uma estrutura dedicada ao monitoramento de atividades potencialmente poluidoras.
Arborização
Belo Horizonte encerra o ano com uma boa notícia em relação à arborização da cidade. Até o final de novembro, as três pastas que fazem plantios (secretarias de Meio Ambiente e Obras e Infraestrutura e a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica) plantaram cerca de 35 mil árvores. A expectativa é a de que o ano seja encerrado com cerca de 37 mil mudas plantadas na capital.
Para maior transparência de suas ações e permitir ao cidadão e à cidadã acompanhar os plantios feitos ao longo do ano, a Prefeitura lançou o Arvorômetro, que traz o número de árvores plantadas na cidade e apresenta um mapa com os locais e espécies. A ferramenta se encontra na página da Secretaria de Meio Ambiente, dentro do Portal da PBH, na aba “Arvorômetro”.
Outra entrega importante foi a conclusão da primeira fase de implantação do corredor verde da Avenida Antônio Carlos. Superando a previsão inicial, que era de mil mudas plantadas, a foram plantadas 2.347 mudas ao longo da via, nas regiões Nordeste, Noroeste e da Pampulha.
As miniflorestas desempenham papel importante na melhoria do microclima da área onde são implantadas. A ideia é importar para o tecido urbano os mecanismos da floresta, permitindo uma área permeável maior, facilitando a absorção da água da chuva, além de contribuir para a expansão da biodiversidade no local, amenização da temperatura e redução na emissão de gases de efeito estufa, por meio da retenção do dióxido de carbono pelas árvores. A SMMA entregou 12 novas miniflorestas em 2024, uma a mais que a meta inicial, totalizando 25 já implantadas na cidade. Destaque para a minifloresta criada em parceria com a cervejaria Heineken perto do Viaduto José de Alencar, na Pampulha, com 1.100 árvores.
Outra entrega relacionada à Nova Agenda Verde é o Plano Municipal de Arborização Urbana (PMAU), que em fase de consolidação já apresenta resultados parciais. O PMAU conta com ampla participação popular. Foram 16 reuniões, com 250 participantes, juntamente com representantes da Prefeitura e da sociedade civil. Nesse diagnóstico foram compartilhadas 2.600 percepções (problemas e pontos fortes da arborização de BH), 1.200 ideias de melhorias e 6.600 respostas ao questionário de percepção da arborização.
Ampliação de áreas verdes
A Prefeitura ampliou o número de parques sob sua administração: com a criação de três novos (Colina, Cerrado e Mantiqueira), chega-se ao total de 81 parques municipais. Foram realizadas ações de reforma e melhoria em alguns parques, como no Maria do Socorro, Vila Pinho, Burle Marx, CEVAE Coqueiros, Brejinho, Mantiqueira, Cerrado e Mangabeiras.
Belo Horizonte tem mantido um Índice de Áreas Protegidas (IAP) por habitante, bem acima do padrão recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de pelo menos 12 metros quadrados de área verde por habitante. Conforme o último levantamento, de 2023, o IAP de BH é de 25,98 metros quadrados por habitante.
No longo período de estiagem na capital, neste ano, a SMMA fez parte da assinatura, junto com o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Guarda Municipal, de um Protocolo Integrado de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais nos parques municipais.
Educação Ambiental
Os principais programas de educação ambiental da SMMA tiveram bons resultados em 2024, refletindo a preocupação em formar cidadãos mais engajados com as causas ambientais. O programa Poliniza BH, dedicado à criação e preservação de espécies de abelhas sem ferrão, chega ao fim deste ano com cinco meliponários implantados: na Biofábrica de Joaninhas e Crisopídeos, no Parque das Mangabeiras; no CEA PROPAM, na Pampulha; no Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG, no Horto; no Jardim Zoológico; e no Centro Municipal de Agroecologia e Educação Ambiental para Resíduos Orgânicos (CEMAR). Além de conscientizar sobre a importância das abelhas sem ferrão na natureza, o projeto protege as espécies e contribui para os serviços ecossistêmicos de polinização das plantas.
A Biofábrica de Joaninhas e Crisopídeos, no Parque das Mangabeiras, continua sendo um sucesso. Em 2024, recebeu mais de 2 mil visitantes e distribuiu mais de 3 mil kits contendo esses insetos, tão importantes para o combate natural de pragas como cochonilhas e pulgões. Esses números representam uma produção superior a 30 mil joaninhas e crisopídeos por ano.
Bem-estar animal
O Pacote Animal, anunciado pela Prefeitura, trouxe importantes melhorias na gestão do bem-estar dos animais da fauna urbana e daqueles tutelados pelas populações de baixa renda e em situação de rua.
O Complexo Público Veterinário (CPV) teve sua capacidade de atendimento aumentada de 30 para 45 casos por dia. Além disso, foram ampliadas as cirurgias de baixa e alta complexidades, instituídas dez vagas mensais para animais tutelados pelo município, manteve-se o acompanhamento por até seis meses de animais acometidos por esporotricose, uma enfermidade grave, e investiu-se em melhorias na infraestrutura.
Em 2024, foram realizadas 28.798 cirurgias de castração nos Centros de Esterilização de Cães e Gatos do município. No campo do manejo de equídeos, foram realizadas rodadas de cadastramento de animais, condutores e veículos de tração animal. Desde 2022, mais de 600 cavalos foram cadastrados e microchipados. Também foi assinado o Termo de Fomento para manejo de equídeos envolvidos em ocorrências em vias públicas. O termo engloba resgate, transporte, atendimento médico-veterinário e adoção dos animais.
Outra importante conquista foi a conclusão do Diagnóstico da Fauna Silvestre Urbana de Belo Horizonte, que consistiu no levantamento técnico-científico, em parceria com a Fundep/UFMG, para mapeamento da fauna de BH, identificando os conflitos com animais como pequenos primatas, aves, gambás, morcegos, dentre outros, propondo a mitigação dos danos.
Governança e participação
Em 2024, a Prefeitura implantou medidas e ações previstas no Plano Local de Ação Climática (PLAC), que mapeou políticas e projetos, definindo metas para o município, permitindo adaptar o território aos efeitos adversos da mudança no clima, sempre com a participação da sociedade.
Também foi feita a revisão do Plano de Redução de Gases de Efeito Estufa (PREGEE), assim como do Inventário de Gases de Efeito Estufa (GEE), com a publicação anual relativa às emissões em Belo Horizonte.
A participação da sociedade civil nas instâncias de debates aumentou. O Observatório do Meio Ambiente, lançado no final de 2023, realizou cinco reuniões em 2024 com a meta de discutir as políticas públicas ambientais da cidade.
No final de novembro foi realizada a Conferência Municipal do Meio Ambiente, com a participação de mais de 240 pessoas. Foram definidas dez propostas e eleitos 39 delegados que irão levá-las para a etapa estadual, em março de 2025, que antecede a 5ª Conferência Nacional, marcada para maio do ano que vem.
No Licenciamento Ambiental, 91,83% das licenças emitidas foram após a primeira ou segunda análises. Mais de 73% delas foram concluídas na primeira análise, demonstrando que o investimento na estruturação da área de Licenciamento Ambiental resultou em maior celeridade.
Fonte: Prefeitura de Belo Horizonte
Foto: Rodrigo Clemente / PBH