A Mostra de Cinema Nacional Curta Circuito, dirigida por Daniela Fernandes, chega à 24ª edição com uma seleção especial de filmes potentes realizados por mulheres durante um dos períodos mais complexos da história do país, a ditadura militar.
Com o tema ‘Transgressoras Brasileiras do Cinema’, a mostra apresenta um panorama importante do movimento feminino no cinema do Brasil entre 1960 e 1980 e aborda o impacto dessas representantes no cenário cultural, de ontem e hoje.
A sessão de estreia é às 19h, do 16 de julho (terça-feira), no Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes, com a exibição do clássico ‘Parahyba, Mulher Macho’, dirigido por Tizuka Yamazaki, que estará presente e participará de bate-papo com a plateia.
A programação do Curta Circuito é gratuita e segue em Belo Horizonte no mesmo local até 15 de outubro, com distribuição de ingressos na bilheteria do cinema, 30 minutos antes de cada exibição.
Parte da programação também será exibida nas cidades mineiras de Araçuaí e Montes Claros.
Ao todo, foram selecionados pela curadora convidada Lorenna Montenegro, 4 curtas e 7 longas-metragens realizados durante a ditadura militar. “O cinema passou a ser mais censurado, mas isso não desencorajou mulheres artistas a realizarem filmes que falavam sobre emancipação feminina, os papéis sociais, o racismo e o preconceito de classe, a sororidade, o amor livre, a censura e a tortura”, afirma a curadora.
São obras que se alinham às questões relacionadas à condição feminina e ao chamado contracinema, a resposta oposicional ao cinema clássico e tradicional, representada por obras que teriam as mulheres como autoras, seguindo na direção de um cinema experimental e vanguardista.
E em se tratando do Brasil em plena ditadura militar, a inflexão proposta pelas cineastas também em relação à produção cinematográfica brasileira durante os anos de 1960 e 1980 representa uma quebra com alguns modos e estilos fílmicos, como a pornochanchada, também alterando radicalmente a forma objetificante como as mulheres eram representadas nos filmes.
Fonte e foto: Prefeitura de Belo Horizonte