O final de semana foi de festa no Rio das Mortes, distrito da cidade de São João del-Rei. Cerca de 2 mil pessoas se reuniram em torno da pequena igreja da Beata Nhá Chica para celebrar os 215 anos do seu batizado. Celebrações de missas e procissão marcaram a programação.
Nhá Chica foi batizada no dia 26 de abril de 1810, na antiga capela de Santo Antônio, e ainda jovem mudou-se para Baependi, sul de Minas, e lá viveu grande parte da sua vida e lá dedicou-se a favor dos mais pobres e necessitados e construiu a sua fama de santidade, todavia ela é um exemplo de santidade para todos que conhecem a sua história. Leiga, mulher simples, filha de escrava, analfabeta, mas nada disso a impediu de dedicar a sua vida a vivência do Evangelho e de muita oração, em especial uma terna devoção a Imaculada Conceição.
A festa teve início no dia 23 com a realização do tríduo preparatório. Já no sábado, 26, a programação contou a presença de jovens de toda a Diocese para a celebração da Via Lucis. No domingo, dia 27, os fiéis saíram logo cedo, em caminhada, com a pequena imagem da beata pelas estradas e ruas da comunidade. Durante todo o percurso, foram entoados diversos cânticos de fé e rezado o santo terço, pedindo a intercessão da Beata Nhá Chica sobre os devotos e fiéis.
“Foi um momento muito especial e de preciosa fé. Esse ano a peregrinação dos fiéis ganhou um sentido diferente, ainda mais valoroso: estamos no ano jubilar, celebramos o jubileu da esperança. A Igrejinha da Beata Nhá Chica é um dos locais de peregrinação, da nossa Diocese, para que os fiéis possam lucra a indulgência plenária. Isso nos recorda, ainda mais, a força da oração. Como Nhá Chica dizia, quando lhe perguntavam como ela alcançava tantas graças de Deus, ‘isso acontece porque eu rezo com fé’. Essa celebração reforçou a nossa fé”, pontuou o pároco, Padre Elissandro Carvalho. Na chegada, houve Santa Missa presidida pelo Vigário Geral da Diocese, Monsenhor Geraldo Magela da Silva.
A Beata Nhá Chica morreu em 14 de abril de 1895, em Baependi. A sua beatificação aconteceu no dia 04 de maio de 2013 e o seu processo de canonização está no Vaticano sendo analisado pela Congregação dos para as Causas do Santos. Francisca de Paula de Jesus, a “Mãe dos Pobres” é a primeira negra, analfabeta e filha de escrava a receber o título de beata pela Igreja Católica no Brasil.
Fonte e foto: Diocese de São João del-Rei