A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, natural de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, faleceu após sofrer uma queda em uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. O acidente ocorreu durante uma expedição solitária no Parque Nacional do Monte Rinjani, onde ela praticava atividades ao ar livre como parte de um mochilão pela Ásia iniciado em fevereiro deste ano. Nos últimos quatro meses, Juliana havia visitado Filipinas, Vietnã e Tailândia, compartilhando seus relatos e fotos nas redes sociais.
Formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Juliana acumulava experiências profissionais em empresas do grupo Globo, como Multishow e Canal Off, além da agência Mynd e do evento Rio2C, voltado ao setor criativo. Em seu perfil no LinkedIn, constam também cursos nas áreas de fotografia, roteiro e direção cinematográfica. Fora do ambiente profissional, ela se dedicava ao pole dance, com apresentações em festivais, e participava regularmente de corridas de rua, inclusive em competições internacionais. Juliana também já havia viajado para países como Espanha, Alemanha, Holanda, Uruguai e Egito, onde fez intercâmbio.
A operação de busca e resgate durou quatro dias e enfrentou condições extremamente adversas. O terreno montanhoso e íngreme, aliado à forte neblina e ao clima instável, dificultou o trabalho das equipes. De acordo com o Escritório do Parque Nacional do Monte Rinjani, 48 militares participaram da missão, que utilizou técnicas de resgate vertical na região de Cemara Nunggal. Na manhã desta terça-feira, sete socorristas conseguiram se aproximar do ponto onde Juliana havia sido avistada por drones. A profundidade do local, somada à falta de visibilidade, impediu o uso de helicópteros ao longo de toda a operação.
Familiares e amigos relataram frustração com a condução do resgate, apontando falhas de comunicação e lentidão nas ações. Relatos indicam que Juliana estaria consciente e pedindo ajuda logo após a queda, o que, segundo testemunhas, poderia ter possibilitado um resgate mais eficiente caso houvesse mobilização imediata. Ainda no primeiro dia após o acidente, a jovem estaria em um ponto mais acessível. Quando finalmente foi localizada, já se encontrava a cerca de um quilômetro de profundidade. A família também denunciou que chegou a receber, no sábado, informações falsas de que Juliana havia sido encontrada com vida e que estava recebendo alimentos e abrigo — o que se comprovou inverídico.
O local do acidente, conhecido por sua beleza natural, possui histórico significativo de ocorrências graves. Dados do Escritório do Parque Nacional do Monte Rinjani apontam que, nos últimos cinco anos, oito pessoas perderam a vida e 180 ficaram feridas na região. Apenas em 2024, foram registrados 60 acidentes no parque, o dobro do total registrado no ano anterior, o que acende o alerta para a segurança de trilheiros e turistas na área.
A morte de Juliana Marins, que inspirava milhares de seguidores com sua coragem e desejo de explorar o mundo, levanta questionamentos sobre a estrutura de resgate em trilhas de alta complexidade e a necessidade de maior preparo e transparência por parte das autoridades responsáveis por essas áreas. O caso mobilizou não apenas os que a conheciam, mas também internautas de diferentes países que acompanhavam sua jornada.
Com informações: CBN
Imagens: Juliana Marins/Reprodução Redes Sociais
Jornal Panorama Minas – Grande Circulação – Noticiando o Brasil, Minas e o Mundo – 50 Anos de Jornalismo Ético e Profissional