Menos de 10% das pessoas com doença de Chagas nas Américas são diagnosticadas e menos de 1% recebem tratamento antiparasitário, segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Como resposta a esse cenário, foi iniciado o projeto-piloto “Quem tem Chagas, tem pressa” no Sertão do Pajeú, em Pernambuco.
A iniciativa busca facilitar o acesso ao diagnóstico e ao tratamento, evitando que os pacientes precisem se deslocar por longas distâncias para receber cuidados especializados. Na primeira fase do projeto, profissionais de saúde, estudantes e moradores das cidades de Triunfo e Serra Talhada participaram de capacitações sobre a doença.
Em seguida, cerca de mil pessoas foram submetidas a testes rápidos produzidos pela Fiocruz, que apresentaram taxa de positividade de 9%, superior à média nacional, que varia entre 2% e 5%. Os testes rápidos oferecem resultados em poucos minutos, enquanto os exames tradicionais exigem sorologia, podendo levar até 45 dias e demandar deslocamento a centros de referência como a Casa de Chagas, localizada em Recife. Mesmo com o uso dos testes rápidos, os casos positivos seguem para confirmação por meio de exame sorológico, garantindo maior segurança no diagnóstico.
A fase de tratamento está prevista para começar em setembro de 2025. O projeto prevê a descentralização do atendimento, permitindo que os pacientes recebam o tratamento antiparasitário na atenção primária, próximo de suas residências. O tratamento tem duração de 60 dias.
A doença de Chagas é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, transmitido principalmente pela picada do inseto conhecido como barbeiro, além de outras formas como ingestão de alimentos contaminados, transfusão sanguínea e transmissão vertical, de mãe para filho. A iniciativa no Sertão pernambucano representa um avanço na luta contra a doença, ao promover acesso mais ágil e eficaz ao diagnóstico e ao tratamento.
Da redação do Jornal Panorama
Com informações: Brasil 61Imagem: Olival Santos / Secretaria de Saúde de Alagoas
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