O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), por meio da Delegacia de Polícia sobre Violação de Dispositivos Eletrônicos e Redes de Dados da Divisão de Crimes Cibernéticos (Dcciber), deu início às investigações sobre uma série de ameaças direcionadas às deputadas mulheres da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). As mensagens, enviadas por e-mail no dia 31 de maio, continham conteúdos extremamente violentos, incluindo ameaças de estupro coletivo e corretivo, feminicídio, racismo, maus-tratos a animais e uso de força armada para invasão ao prédio legislativo.
As investigações começaram oficialmente após a confirmação da abertura do inquérito às parlamentares no dia 11 de junho. A notícia-crime havia sido protocolada anteriormente, em 2 de maio, solicitando a apuração detalhada do episódio. Embora nem todas as deputadas tenham recebido diretamente o e-mail, a mensagem era endereçada a todas.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que diligências estão em curso para apurar a autoria dos crimes e que mais detalhes serão mantidos sob sigilo para não comprometer a atuação investigativa. Até o momento, não houve prisões.
Um homem de 28 anos, que assina a mensagem criminosa, foi identificado e está sob investigação. Ele afirma ser inocente e alega que seus dados pessoais foram utilizados de forma fraudulenta. Seu computador e celular foram apreendidos para perícia.
A deputada Andréa Werner (PSB), uma das parlamentares nomeadas diretamente na mensagem, declarou em nota que a expectativa é de que os responsáveis sejam localizados com brevidade. Ela destacou que, mesmo sob ameaças, as deputadas seguem exercendo suas funções públicas sem garantias efetivas de proteção.
A Assembleia Legislativa informou que reforçou os protocolos de segurança no acesso ao prédio e que as polícias civil e militar foram acionadas. Internamente, segundo as parlamentares, a Casa começou a mapear vulnerabilidades de segurança que serão documentadas e enviadas às autoridades competentes. Contudo, elas afirmam que, até agora, nenhuma ação concreta foi implementada para garantir a proteção das eleitas.
Além das investigações conduzidas pela Polícia Civil, a deputada Beth Sahão (PT) solicitou que a Polícia Federal também acompanhasse o caso. Ela enviou o conteúdo recebido às autoridades federais, que já instauraram um inquérito. O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, designou ainda um promotor para acompanhar o andamento da apuração.
Por Eduardo Souza
Com informações: Agência Brasil
Foto: Alesp/Divulgação
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