A união entre o conhecimento científico e os saberes tradicionais levou à criação de um análogo de hambúrguer à base de coco babaçu, transformando um resíduo da indústria local em um alimento inovador, sustentável e nutricionalmente rico. Este projeto, desenvolvido no Maranhão, destaca a importância do babaçu, um produto tradicional da região, ao mesmo tempo que valoriza as mulheres quebradeiras de coco e fortalece a economia local.
- Valorização das Comunidades Tradicionais
O projeto teve como base a colaboração das mulheres das comunidades de quebradeiras de coco, que desempenharam papel fundamental no desenvolvimento de novos produtos alimentícios, como o hambúrguer à base de babaçu e a farinha de amêndoa. Antes descartados, esses resíduos do babaçu agora são transformados em produtos de alto valor agregado. A parceria com cientistas e instituições de pesquisa ajudou a mesclar o conhecimento tradicional com a inovação, gerando alternativas alimentícias que atendem a demandas atuais do mercado.
- Sustentabilidade e Economia Circular
Um dos aspectos mais notáveis do projeto é a implementação da economia circular, onde o bagaço da amêndoa do babaçu, que antes era descartado ou utilizado como ração animal, é reaproveitado como matéria-prima para novos produtos. Esse reaproveitamento não só evita desperdícios, mas também contribui para a sustentabilidade ao minimizar o impacto ambiental. O uso dos resíduos da indústria do babaçu também fortalece a economia local ao gerar novas oportunidades de negócios.
- Benefícios Nutricionais
O análogo de hambúrguer à base de babaçu oferece 13,17% de proteína por 100g de produto, uma quantidade significativa para uma alternativa vegana. Além disso, o produto é livre de conservantes e pode ser congelado por até seis meses, o que garante uma boa vida útil e facilita sua comercialização em larga escala. A farinha de amêndoa, extraída do resíduo da amêndoa do coco babaçu, tem sido usada para outros produtos como pães, biscoitos, bolos e até sorvetes, criando uma linha diversificada e saudável.
- Impacto Social e Econômico
O projeto tem um impacto direto e positivo na vida das mulheres quebradeiras de coco, ao aumentar suas fontes de renda e promover sua autonomia. Ao integrar essas mulheres em um modelo de economia sustentável e inovadora, o projeto fortalece a inclusão social, oferecendo oportunidades de empreendedorismo e criando uma rede de negócios autossustentável. Essa nova abordagem de negócios não só valoriza os produtos locais como também eleva o Maranhão como um polo de produção de alimentos sustentáveis.
- Reconhecimento Internacional
O trabalho realizado foi reconhecido mundialmente, com o análogo de hambúrguer de babaçu sendo premiado em uma competição global de inovações científicas e tecnológicas. O prêmio destacou o potencial do produto para transformar a economia local e preservar os ecossistemas da Amazônia. Além disso, a valorização do babaçu como um recurso sustentável fortalece a bioeconomia regional e posiciona o Maranhão como referência em sustentabilidade e uso responsável dos recursos naturais.
Transformação através da Inovação
O desenvolvimento deste produto alimentício inovador não apenas amplia as possibilidades de consumo de produtos derivados do babaçu, mas também integra um modelo de negócios que respeita as práticas tradicionais e promove a inclusão social. Ao transformar um resíduo da indústria do coco babaçu em alimento de alta qualidade, o projeto cria novas perspectivas de trabalho e abre portas para o mercado nacional e internacional. As comunidades envolvidas no processo estão colhendo os frutos de um modelo de desenvolvimento mais justo e sustentável, fortalecendo seu papel no mercado e impulsionando a economia local.
Este projeto exemplifica como a ciência, aliada ao conhecimento tradicional, pode ser a chave para a transformação social, econômica e ambiental. Com o uso inteligente do coco babaçu e a inovação das quebradeiras de coco, o Maranhão está se destacando como um centro de excelência em bioeconomia e sustentabilidade. O futuro promete mais inovações, mais renda para as comunidades locais e mais reconhecimento para os produtos que respeitam a tradição e contribuem para um mundo mais sustentável.
Fonte e foto: Agência Gov