O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses recebeu o título de Patrimônio Mundial da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), nesta sexta-feira, dia 15 de agosto de 2025. O reconhecimento internacional coloca o parque entre os sítios naturais mais importantes do planeta, ao lado de destinos como as Cataratas do Iguaçu e o Pantanal.
A candidatura da unidade de conservação foi conduzida pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o governo do Maranhão. O título foi concedido em julho de 2024, durante reunião do Comitê do Patrimônio Mundial realizada em Nova Délhi, na Índia, com base nos critérios de beleza natural e características geomórficas únicas.
Com aproximadamente 156 mil hectares, o parque está localizado no litoral maranhense e foi criado em 1981. A área abriga cerca de 133 espécies de plantas, 112 espécies de aves e pelo menos 42 espécies de répteis. O reconhecimento da Unesco reforça a importância da conservação ambiental e exige comprovação de Valor Universal Excepcional, além de condições adequadas de proteção e gestão.
Segundo o presidente do ICMBio, Mauro Pires, as unidades de conservação desempenham papel fundamental na proteção da biodiversidade e na captura de carbono da atmosfera. Ele destacou que reconhecimentos como o concedido aos Lençóis Maranhenses criam novas camadas de proteção e conscientização social sobre a preservação das riquezas naturais.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, também celebrou a conquista. “Valorizamos as riquezas naturais do Brasil, tanto é que trabalhamos para que sejam preservadas e nos ajudem a equilibrar o planeta, proteger a biodiversidade, prestar serviços ecossistêmicos e ao mesmo tempo promover emprego, renda, vida digna para as pessoas”, declarou. Ao sobrevoar o parque, Marina comparou a paisagem a nuvens cristalizadas no chão, destacando a beleza das dunas esculpidas pelo vento.
O parque é reconhecido por seu campo de dunas intercaladas com lagoas de água doce, formando um ambiente único no mundo. Está situado em uma zona de transição entre os biomas Cerrado, Caatinga e Amazônia. Desde o fim da pandemia de Covid-19, o local vem registrando recordes de visitação, tendo recebido 440 mil visitantes em 2024 e se tornado o sexto Parque Nacional mais visitado do Brasil.
A cerimônia de certificação foi realizada no Parque das Dunas, em Barreirinhas (MA), com a presença da ministra Marina Silva, do governador do Maranhão, Carlos Brandão, da diretora da Unesco no Brasil, Marlova Noleto, do presidente do ICMBio, Mauro Pires, além de parlamentares e autoridades dos governos federal, estaduais e municipais.
Para fortalecer a proteção do parque, o ICMBio e o Governo do Estado do Maranhão assinaram um Acordo de Cooperação Técnica. O documento estabelece oito eixos de atuação, incluindo a construção de guaritas nos acessos ao parque, a instalação de um Complexo de Segurança em Atins, o monitoramento da balneabilidade das lagoas e a criação de um Batalhão de Polícia Ambiental permanente na região.
A pressão do turismo crescente impõe desafios à conservação. Os três municípios do entorno — Barreirinhas, Santo Amaro do Maranhão e Primeira Cruz — somam pouco mais de 96 mil habitantes. No interior do parque, existem 68 núcleos populacionais com cerca de 1.500 famílias, todas cadastradas entre 2023 e 2024.
O ICMBio é responsável pela gestão de 344 unidades de conservação no Brasil. No Maranhão, são nove unidades federais, incluindo duas Áreas de Proteção Ambiental, três Parques Nacionais e quatro Reservas Extrativistas, que desempenham papel essencial na proteção da biodiversidade e na mitigação das mudanças climáticas.
A cooperação técnica entre diferentes esferas de governo busca equilibrar o crescimento do turismo com a preservação do patrimônio natural, agora reconhecido mundialmente pela Unesco como um dos tesouros ambientais do planeta.
Da redação do Jornal Panorama
Com informações: Agência Gov
Imagem: Cristian Dimitrius
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