“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO

SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA”

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Ambulantes, que perderam a fonte de renda durante a pandemia do coronavírus, estão recebendo ajuda financeira (Foto: Reprodução/TV Globo)

Escolas fechadas, pátios vazios, alunos e professores em casa. O isolamento social para conter a pandemia do novo coronavírus mudou a vida de todo mundo. Alguns vendedores, que viram várias gerações de alunos passando pelos colégios ao longo de décadas de trabalho, perderam a fonte de renda de uma hora para outra. Em uma escola no Recife, alunos, pais e professores decidiram se unir para ajudá-los.

Segundo a professora de educação física Ana Beltrão, a ideia inicial era doar cestas básicas, mas superou as expectativas, chegou nos grupos de mensagens das turmas e, atualmente, as famílias dos alunos e ex-alunos contribuem doando dinheiro, nas contas dos vendedores.

“A campanha surgiu da preocupação de como esses nossos colegas iam conseguir se manter nesses dias de isolamento. São nossos amigos de todos os dias, há mais de 20 anos convivem com a gente. Cuidaram de nós como alunos, hoje cuidam dos nossos filhos, nossos alunos, e nesse momento, tão difícil, não podiam ser esquecidos por nós”, afirmou.

Segundo a professora Susan Lewis, a colaboração de todos tem feito a diferença. “A gente se juntou, pegamos os nomes das pessoas, fizemos um grupo e estamos mobilizando os pais. Já estamos formando grupos para arrecadar recursos e manter uma renda nesse período de tanto sofrimento”, disse.

Os irmãos Eduardo e Bernardo Sivini também se envolveram. “É muito ruim pensar nisso, porque você gosta da pessoa, quer conviver com ela todo dia e não quer que ela passe por isso”, afirmou Eduardo.

A fisioterapeuta Gabriela Sivini, mãe dos meninos, que foi aluna da escola onde eles estudam, ajudou a convocar outros pais. “Nós formamos uma rede de amizade, de fraternidade, e essa união fez a força e conseguimos arrecadar bens materiais que, realmente, vão fazer a diferença na vida dessas pessoas”, disse.

O pipoqueiro Ademilson Souza é um dos profissionais a receber a ajuda. Segundo ele, a ação tem sido importante. “Eu tenho uma irmã e um colega que estão me ajudando com uma quantia em dinheiro, uma feirinha. Dá para sobreviver até a gente passar essa quarentena”, afirmou.

Luiz Lourenço, vendedor de bombons, disse que, apesar da dificuldade que tem passado no período de isolamento social, valoriza a medida para evitar que as pessoas fiquem doentes.

“Sou autônomo, mas preciso ficar em casa e minha família também, porque a gente tem que passar por isso. E, passando, no final vai ser tudo certo, todo mundo com saúde, com todo mundo bem”, declarou.

Fonte: Portal G1