Às vésperas de um novo Conclave, cresce a expectativa sobre o nome que será adotado pelo próximo Papa. Em setembro de 2023, o Papa Francisco, em uma coletiva durante o voo de retorno da Mongólia, comentou com bom humor: “Se eu não for, João XXIV certamente irá”, ao ser questionado sobre uma possível visita ao Vietnã. A declaração reacendeu a curiosidade em torno do nome que será escolhido pelo futuro sucessor de Pedro.
A tradição da Igreja Católica determina que, ao ser eleito, o novo Pontífice é questionado se aceita sua nomeação e, em seguida, qual nome deseja adotar. É neste momento que ele define a identidade pela qual será reconhecido em seu pontificado. O anúncio oficial ao mundo ocorre na sacada central da Basílica de São Pedro, com a famosa frase: “Habemus Papam!”.
A escolha de um nome pontifício é mais do que uma formalidade: representa uma nova missão e, muitas vezes, homenageia figuras importantes da história da Igreja. O novo nome simboliza um “renascimento espiritual” e frequentemente está ligado a santos, apóstolos ou papas anteriores que marcaram época. Foi o caso de Bento XVI, que se inspirou em Bento XV e São Bento, ou de João Paulo II, que adotou os nomes dos seus dois predecessores imediatos.
Embora nomes como Pio, João, Gregório e Leão tenham sido muito utilizados ao longo dos séculos, alguns, como Pedro — nome do primeiro Papa — nunca foram escolhidos por respeito ao Apóstolo. Também nunca houve um Papa com os nomes José, Tiago, André ou Lucas.
A decisão, pessoal e simbólica, pode carregar motivações históricas, espirituais e até afetivas. João XXIII, por exemplo, revelou ter escolhido seu nome por ser o mesmo de seu pai e da paróquia onde foi batizado. Já Francisco, o primeiro a adotar esse nome, homenageou São Francisco de Assis, símbolo de humildade, paz e cuidado com a criação.
A história também registra escolhas inéditas, como a de João Paulo I, que foi o primeiro a usar um nome duplo, em homenagem aos papas João XXIII e Paulo VI.
Enquanto os cardeais se reúnem na Capela Sistina para eleger o novo bispo de Roma, o mundo aguarda com expectativa não apenas a identidade do novo Papa, mas também o nome que ele levará para a história. Será um nome já consagrado ou uma escolha inédita? Só o anúncio do Habemus Papam revelará.
Independentemente da escolha, o nome do novo Pontífice será um marco simbólico que refletirá sua visão e missão diante dos desafios contemporâneos da Igreja e da humanidade.
Com informações do Vatican News via CNBB
Foto: reprodução CNBB