O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na terça-feira, 3 de junho de 2025, que o senador Hamilton Mourão, do partido Republicanos-RS, preste depoimento à Polícia Federal no prazo de 15 dias. A medida atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e tem como finalidade esclarecer se o parlamentar foi influenciado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro antes de depor, no dia 23 de maio, como testemunha no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado.
Segundo reportagem divulgada pelo portal Metrópoles na semana anterior à decisão, Bolsonaro teria ligado para Mourão antes do depoimento e solicitado que o senador reafirmasse sua ausência nos eventos relacionados à tentativa de ruptura institucional.
Durante o depoimento ao Supremo, Mourão negou qualquer participação em encontros para discutir medidas de exceção e afirmou que nunca esteve presente nem teve conhecimento de reuniões com conteúdo golpista nos últimos dias da gestão Bolsonaro.
O senador prestou esclarecimentos como testemunha de defesa de Bolsonaro e dos generais Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, todos réus no núcleo principal da acusação.
Além da decisão sobre Mourão, Alexandre de Moraes agendou os interrogatórios de Bolsonaro e de outros sete acusados para ocorrerem presencialmente no dia 9 de junho, na sala de julgamentos da Primeira Turma do STF.
O tenente-coronel Mauro Cid será o primeiro a ser ouvido, seguido por Bolsonaro e os demais, em ordem alfabética. Todos são acusados por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. O julgamento que decidirá pela absolvição ou condenação dos envolvidos está previsto para o segundo semestre de 2025.
Por Eduardo Souza
Com informações: Agência Brasil
Foto: Reprodução TSE
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