A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga a morte de Sarah Raissa Pereira de Castro, vítima de um perigoso desafio viral conhecido como “desafio do desodorante”. A menina sofreu uma parada cardiorrespiratória após inalar desodorante spray e teve morte cerebral constatada ainda no dia 10 de abril. O óbito foi declarado oficialmente neste domingo (13), após a realização de exames clínicos.
O caso está sob responsabilidade da 15ª Delegacia de Polícia, que instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias da morte e identificar os responsáveis pela divulgação do desafio nas redes sociais, especialmente na plataforma TikTok. O delegado Ataliba Neto informou que, caso sejam identificados, os envolvidos podem responder por homicídio duplamente qualificado — por meio que pode causar perigo comum e por ter sido praticado contra menor de 14 anos — com penas que podem chegar a até 30 anos de prisão.
Segundo familiares, Sarah teria participado do desafio por influência de conteúdos disseminados online, que incentivam crianças e adolescentes a inalarem desodorante aerosol pelo maior tempo possível enquanto se filmam. O objetivo, muitas vezes, é acumular visualizações e curtidas. A prática, no entanto, oferece sérios riscos à saúde.
Especialistas alertam para o perigo desse tipo de comportamento. De acordo com o médico toxicologista Anthony Wong, diretor do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) do Instituto da Criança da Faculdade de Medicina da USP, o desodorante spray contém altas concentrações de etanol, além de outras substâncias químicas nocivas. Quando inalado, o aerossol pode penetrar rapidamente nos brônquios, comprometendo a oxigenação e causando quadros graves de intoxicação.
Após o ocorrido, familiares de Sarah, incluindo uma de suas tias, fizeram apelos nas redes sociais para que pais e responsáveis estejam atentos ao conteúdo que crianças e adolescentes consomem online. Ela reforçou a importância de orientar os mais jovens sobre os riscos de desafios virais, que muitas vezes se disfarçam de brincadeira, mas podem ter consequências trágicas.
A PCDF continua com as investigações e analisa as postagens que teriam influenciado Sarah a participar do desafio. O caso levanta novamente a discussão sobre a responsabilidade das plataformas digitais e a necessidade de maior controle e conscientização sobre os conteúdos acessados por menores de idade.
Com Informações do G1