O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou no sábado (29) que não vê dificuldades em dialogar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a fim de chegar a um acordo e evitar a imposição de tarifas entre as duas nações, especialmente com a aproximação da implementação das taxas norte-americanas, que começam a valer no dia 2 de abril. Em entrevista a jornalistas em Hanói, durante sua viagem oficial ao Vietnã, Lula afirmou: “Se eu sentir que é necessário conversar com o presidente Trump, não terei nenhum problema em ligar para ele”.
Lula também destacou que, caso Trump sinta necessidade de um diálogo, espera que o presidente dos EUA não hesite em entrar em contato. “Não é porque temos divergências ideológicas que dois presidentes não possam conversar”, observou. O presidente brasileiro reiterou que o Brasil está preparado para recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas impostas pelos EUA sobre produtores brasileiros ou até mesmo para adotar tarifas recíprocas. No entanto, ele ressaltou que o país está buscando, inicialmente, uma solução negociada com os norte-americanos. “Antes de entrar em disputas na OMC ou considerar a reciprocidade, queremos usar todas as palavras que temos para estabelecer um comércio livre com os EUA”, afirmou.
Em relação às tarifas, o presidente lembrou as negociações anteriores conduzidas pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, com representantes comerciais dos Estados Unidos.
No que diz respeito ao setor automobilístico, Trump já anunciou uma taxa de 25% sobre carros fabricados fora dos EUA, com previsão de vigência para 2 de abril, e o Brasil já enfrenta tarifas de 25% sobre suas exportações de aço e alumínio desde 12 de março. Lula observou ainda que os Estados Unidos devem entender que não estão isolados globalmente, alertando que uma atitude unilateral pode prejudicar o país. “Basta olhar o mapa do mundo para perceber que os EUA estão conectados com muitos outros países”, destacou.
Por Tiago Carvalho
Com informações: Agência Brasil
Imagens: Ricardo Stucker