Durante a abertura do segundo dia da cúpula de líderes do Brics, realizada no Rio de Janeiro nesta segunda-feira, dia 7 de julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a ampliação do espaço fiscal para que os países do Sul Global possam garantir condições dignas de vida à população. Lula destacou que não é possível assegurar o direito à saúde sem investimentos simultâneos em áreas como saneamento, alimentação, educação, habitação, trabalho e renda. Ele enfatizou que o cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3 (ODS 3), voltado à saúde e bem-estar, exige a ampliação da capacidade de gastos públicos pelos governos.
Ao se dirigir aos demais chefes de Estado do Brics, Lula ressaltou a urgência de enfrentar as doenças relacionadas a fatores sociais, que afetam de maneira desproporcional os países em desenvolvimento. O presidente citou enfermidades como a cólera e o mal de Chagas, ainda presentes em nações do Sul Global, que teriam sido erradicadas caso tivessem impacto no Norte Global. Ele afirmou que a renda, a escolaridade, o gênero, a raça e o local de nascimento continuam sendo determinantes para a saúde e a longevidade das pessoas, tanto no Brasil quanto em outras regiões do mundo.
O presidente anunciou o lançamento de uma nova Parceria para a Eliminação das Doenças Socialmente Determinadas pelo Brics, cuja proposta é mitigar desigualdades por meio de investimentos em infraestrutura física e digital. Lula também destacou avanços já conquistados pelo bloco, como a criação da Rede de Pesquisa de Tuberculose, com apoio do Novo Banco de Desenvolvimento e da Organização Mundial da Saúde (OMS), além do progresso na cooperação regulatória em produtos médicos. Ele defendeu ainda a recuperação do protagonismo da OMS no enfrentamento de pandemias e na promoção global da saúde.
O Brics é formado por 11 países-membros: África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã e Rússia, que juntos representam 39% da economia global e 48,5% da população mundial. Outras nações participam como parceiras sem direito a voto, entre elas Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã. Com a presidência rotativa entre os membros, o Brasil será sucedido pela Índia em 2026, mantendo o compromisso do grupo com a cooperação multilateral e o fortalecimento das economias emergentes.
Da redação do Jornal Panorama
Com informações: Agência Brasil
Imagem: Joédson Alves/Agência Brasil
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