Para mulheres no espectro autista, a gestação representa um período de intensas transformações que exigem atenção especializada. Segundo o neurologista Matheus Trilico, de Belo Horizonte, a busca por acompanhamento médico desde o pré-natal é essencial para garantir uma experiência segura e adaptada às necessidades sensoriais e de comunicação dessas futuras mães.
Durante a gravidez, é comum a amplificação das sensibilidades típicas do autismo, como hipersensibilidade a texturas, ruídos, luzes e odores. Essas alterações, intensificadas por mudanças hormonais, podem gerar estresse elevado, prejudicando o bem-estar materno e o desenvolvimento fetal. Estudos associam o estresse crônico na gestação a complicações obstétricas e efeitos no neurodesenvolvimento infantil.
Outro ponto crítico é a comunicação com equipes médicas. A linguagem literal, comum entre autistas, pode dificultar o relato de sintomas e gerar mal-entendidos em ambientes clínicos. O especialista recomenda que as gestantes neurodiversas preparem anotações prévias, discutam adaptações sensoriais, e planejem o parto com foco na redução de estímulos e previsibilidade do ambiente hospitalar.
Entre as orientações, Matheus destaca a importância de discutir desde modificações no ambiente das consultas até a criação de planos de parto detalhados. Também sugere que as pacientes perguntem sobre a experiência da equipe com neurodiversidade e protocolos específicos de atendimento. O diagnóstico precoce de necessidades individuais e a adoção de estratégias personalizadas são fundamentais para uma gestação mais saudável e respeitosa.
Da Redação
Com informações da Prefeitura de Belo Horizonte
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