O vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou que o governo pretende divulgar até terça-feira, 12 de agosto, um plano de contingência voltado ao apoio dos setores econômicos mais impactados pelas tarifas de 50% sobre produtos brasileiros impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A proposta foi apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira, 6 de agosto, e aguarda aprovação final para ser anunciada.
Durante entrevista concedida na quinta-feira, 7 de agosto, no estacionamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Alckmin afirmou que o presidente Lula está analisando o plano e que a decisão será tomada em breve. “O presidente vai bater o martelo e aí vai ser anunciado. Se não for amanhã, provavelmente na segunda ou terça-feira”, declarou o vice-presidente.
Segundo Alckmin, o plano de contingência será direcionado aos segmentos mais afetados pelo tarifaço, com base no volume de transações comerciais com os Estados Unidos. A proposta inclui uma escala de avaliação para medir a variação das exportações dentro de cada setor, permitindo ações específicas conforme o grau de exposição ao mercado norte-americano.
O economista-chefe da Análise Econômica de São Paulo, André Galhardo, destacou os efeitos das tarifas sobre a indústria da fruticultura, especialmente em relação à dificuldade de remanejamento das exportações. “Alguns produtos cujo remanejamento das exportações é mais difícil, por questões sanitárias ou logísticas — como frutas — podem apresentar uma sobreoferta no mercado interno. Se não exportarmos mais ou reduzirmos significativamente o volume enviado aos Estados Unidos, dificilmente encontraremos outro mercado disposto a comprar esse excedente em tempo hábil, antes que esses produtos estraguem”, explicou Galhardo.
A proposta do governo busca mitigar os impactos econômicos causados pelas tarifas, evitando prejuízos aos produtores e à cadeia produtiva nacional. Ao diferenciar os produtos conforme o grau de dependência do mercado norte-americano, o plano pretende oferecer respostas rápidas e eficazes diante da nova realidade comercial imposta pelas medidas dos Estados Unidos.
Da redação do Jornal Panorama
Com informações: Brasil 61
Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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