“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO

SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA”

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O JORNAL PANORAMA, através de seus amigos parceiros, traz para todos os leitores Colunas especiais, com assuntos diversos. Na Coluna Saúde, Dr. Edson Lopes Libanio, de Baependi, possibilita a todos informações e conhecimentos importantes, principalmente aos pais. Desejamos uma boa leitura.

Coluna Saúde

Por Edson Lopes Libanio

Meu Vô Gaspar Lopes era um homem muito importante. Certa vez, ele já velhinho, eu lhe perguntei do que ele se orgulhava mais: de ter sido prefeito de Alfenas e para lá levou a Universidade Federal, de ter sido Senador ou de ser nome de praças e até de uma cidadezinha, isto ainda em vida. Ele me fitou com carinho e disse: Meu maior orgulho é ser seu Vô.

Pois é: claro que em minha idade temos várias frustrações mas também alguns orgulhos. Ser Pai do Dr. Amicis e do Eng. Mauro são os maiores. Mas, também de ter sido convidado a nomear uma coluna neste que é o mais importante jornal do interior de Minas, o Panorama. Vou me esforçar para que daqui saia, sem estorvo, coisas uteis a comunidade a às nossas crianças. Muito obrigado aos Editores do “Panorama”.

Nesta primeira coluna queria abordar um tema complexo que está se tornando uma epidemia com consequências imprevisíveis. Mas já há vários estudos mostrando o maleficio do uso indevido, negligenciado e exagerado das telas na infância.

Espero contribuir com a comunidade da região, jogando um foco neste assunto tão importante. Fique claro que evitarei assuntos polêmicos e com identidade dúbia, mas sim temas em que haja consenso, protocolos especialmente da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Academia Americana de Pediatria.

Elas estão em todo lugar: smartphone, televisão, computador, notebook, tablet… É utópico achar que seu filho não terá contato com esses equipamentos. Por outro lado, é extremamente importante estabelecer limites para que o uso dos eletrônicos seja saudável na infância. Mas, afinal, quanto tempo a criança pode passar na frente das telas?

Até então, a Academia Americana de Pediatria (AAP) tinha uma recomendação única e rígida: antes dos 2 anos, zero contato com as telas. Depois dessa idade, no máximo duas horas diárias. Mas os próprios pediatras da associação perceberam que, no mundo conectado em que vivemos atualmente, essa meta estava muito distante da realidade. Foi por isso que eles decidiram atualizar as recomendações. Assim, as famílias podem, de fato, seguir o que é sugerido. Veja como proceder especificamente em cada idade da criança e o que se aconselha de maneira geral para os pais.

Recomendações por idade

Antes de tudo, vale ressaltar que “tempo de tela” é encarado pela APP como o período que a criança usa os eletrônicos para entretenimento. Por isso, o tempo de tarefas e pesquisas escolares não entra nessa conta.

Bebês: nenhuma exposição diária às telas.

2 a 5 anos: uso limitado a uma hora por dia, de programação de qualidade e apropriada à idade. A AAP recomenda que os pais priorizem atividades criativas e brincadeiras que promovam a interação, longe dos eletrônicos.

6 anos e mais: cabe aos pais determinar a quantidade de tempo com base nas recomendações gerais, mas sempre com monitoramento dos conteúdos a que a criança tem acesso.

Deixe claro ao seu filho o limite de uso diário de cada equipamento com tela.

-Não instale equipamentos como televisão e computador no quarto da criança e não permita que ela durma com tablet ou smartphone por perto.

-Ensine a criança a evitar uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.

-Desencoraje o uso de TV e outros equipamentos enquanto a criança faz tarefas escolares.

-Estabeleça momentos em família como “livre de telas”. Pode ser, por exemplo, o jantar em família, para estimular que todos conversem.

-Converse sobre bullying virtual com seu filho e ensine sobre os perigos da internet.

-Tenham momentos de uso conjunto (adultos e crianças) das telas, em atividades que envolvam criatividade e aprendizado.

Dr. Edson Lopes Libanio é o atual Presidente da Regional Sul da Sociedade Mineira de Pediatria (pela 5o vez). É diretor Médico da Clínica Baependi.  Foi diretor algumas vezes da Sociedade Mineira de Pediatria e da Sociedade Brasileira de Pediatria. Foi Auditor Médico do Ministério da Saúde por 30 anos. Foi Pediatra da SES MG. Tem inúmeros outros cargos classistas em sua história de vida, desde Diretor Clinico do HCMR algumas vezes até da diretoria da AMMG. Mas gosta de ser apresentado mesmo como um Pediatra do interior.