A participação de escritores com deficiência em eventos literários ainda enfrenta obstáculos no país, conforme destacou a pesquisadora, filóloga e escritora Amanda Soares durante oficina sobre Liter Def — literatura produzida por e para pessoas com deficiência — na Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô), realizada no centro histórico de Salvador.
Amanda, criadora do perfil “PCD Perigosa” no Instagram, ressaltou que a literatura é um meio de preservar a memória e as vivências dessa população, mas que essas narrativas ainda são pouco acessíveis e visíveis. Segundo ela, dificuldades financeiras, estruturais e de mobilidade restringem a presença física de autores com deficiência em festivais literários, limitando a troca com o público e a criação de redes de contatos.
Para ampliar o conhecimento sobre esses profissionais, o Ministério da Cultura e a Universidade Federal da Bahia iniciaram, no ano passado, o projeto Mapeamento Acessa Mais. A iniciativa busca identificar artistas, agentes culturais e profissionais ligados à acessibilidade cultural em todo o Brasil, com o objetivo de criar políticas públicas mais inclusivas. Amanda defende que esse levantamento poderá revelar quem são os autores PCD e permitir ações além de medidas como cotas, que nem sempre garantem acesso efetivo.
A programação da Flipelô segue até este domingo, reunindo escritores, artistas e público em um dos principais eventos literários do país. Mais informações estão disponíveis no site oficial do evento.
Da Redação com informações da Prefeitura de Salvador
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