De acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), mais de 56% dos municípios brasileiros, o equivalente a 3.113 cidades, apresentam um desenvolvimento moderado na área da educação. Entretanto, o estudo revelou que apenas 7,2%, ou seja, 401 municípios, estão classificados como de alto desenvolvimento educacional. O levantamento, que analisou a qualidade e a oferta de educação básica nas escolas públicas e privadas, também aponta que 32,5% dos municípios, ou 1.806 cidades, ainda se encontram na faixa de baixo desenvolvimento educacional, e 4,1%, ou 230 municípios, estão em um cenário considerado crítico.
O estudo, que considera diversos aspectos da educação, como a adequação da formação dos professores e o desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), destaca que, nos municípios com desenvolvimento crítico, 57% das turmas do Ensino Fundamental são ministradas por professores sem a formação adequada. Além disso, embora em proporções menores, essa mesma falha é observada também nas cidades com maior desenvolvimento. Outra preocupação identificada foi a distorção idade-série, em que 40% dos alunos do Ensino Médio nas cidades críticas estão acima da idade recomendada para a série, um número que é quase cinco vezes maior em relação às cidades mais desenvolvidas, onde esse índice é de apenas 8,3%.
Em relação à Educação Infantil, o levantamento apontou que nos municípios de baixo desenvolvimento apenas 19% das crianças de até três anos estão matriculadas em creches. Esse índice é bem inferior ao registrado nas cidades com maior desenvolvimento, onde 53% das crianças dessa faixa etária estão matriculadas, superando inclusive a meta estabelecida pelo Plano Nacional de Educação (PNE), que é de 50%. Esses dados refletem uma grande disparidade no acesso e na qualidade da educação no país.
A Firjan avalia que as desigualdades educacionais entre os municípios do Brasil são um reflexo de problemas estruturais, como a falta de qualificação dos profissionais de ensino e a escassez de investimentos em infraestrutura e recursos. Para a melhoria do cenário educacional, o estudo sugere que ações mais eficazes, com foco na formação docente e no aumento da cobertura da educação infantil, sejam implementadas com urgência.
Diante desse quadro, é essencial que os gestores públicos se empenhem para superar os desafios educacionais, especialmente nas cidades com maior déficit. A educação é a base para o desenvolvimento social e econômico do país, e o fortalecimento da educação básica é um passo fundamental para a construção de um Brasil mais justo e igualitário.
Por Eduardo Souza
Com informações: Brasil 61
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil