Na sexta-feira, 13 de outubro de 2023, os países que participaram da Cúpula Brasil-Caribe reforçaram, em um comunicado oficial, a importância de ações conjuntas para mitigar os impactos das mudanças climáticas. O documento foi endereçado à 30ª Conferência das Partes (COP30) e enfatiza a gravidade do aquecimento global, cujas consequências se tornam cada vez mais ameaçadoras para a sobrevivência da humanidade.
Durante o encontro, que contou com a presença de representantes de 16 países da região, os líderes destacaram o aumento da temperatura média global, já superior a 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais. Este aumento tem gerado efeitos devastadores, especialmente para as nações insulares do Caribe, que enfrentam uma intensificação da elevação do nível do mar. A declaração alertou para o agravamento das condições de vida nessas localidades, como o aumento da frequência de desastres naturais e a intrusão de água salgada, que impactam diretamente os ecossistemas e a população local.
A declaração conjunta, que foi anunciada mais cedo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reiterou que 2024 já foi o ano mais quente da história, evidenciando a necessidade urgente de uma resposta global para enfrentar os desafios climáticos. Entre os pontos destacados, foi enfatizado que os países desenvolvidos devem cumprir seus compromissos históricos de redução das emissões de gases de efeito estufa, além de atender às obrigações financeiras de apoio aos países em desenvolvimento.
Em relação ao Acordo de Paris, o documento reafirma a importância do novo ciclo de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que visa à redução das emissões de gases poluentes. A cúpula Brasil-Caribe se comprometeu com a “Missão 1.5”, com a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C, e ressaltou a necessidade de intensificar as ações e fortalecer a cooperação internacional para atingir esse objetivo.
A declaração também abordou questões relacionadas à adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Devido ao aumento global de eventos climáticos extremos, a cúpula enfatizou a urgência de apoiar os países mais vulneráveis, especialmente os em desenvolvimento, na implementação de ações para lidar com perdas e danos causados por desastres climáticos. O texto apontou a necessidade de um aumento substancial no financiamento climático, destacando a importância de uma reforma na arquitetura financeira internacional para atender às necessidades urgentes dos países em desenvolvimento.
Outro aspecto abordado no comunicado foi a justiça climática. O texto reconhece a relevância dos povos indígenas, das comunidades afrodescendentes e das populações locais no enfrentamento das mudanças climáticas. A contribuição desses grupos, que muitas vezes são os mais afetados pelos impactos climáticos, é essencial para a construção de soluções sustentáveis, e suas necessidades devem ser levadas em consideração nos processos de transição para um futuro de baixo carbono.
Além disso, a declaração aplaudiu a realização, pela primeira vez, de uma conferência sobre mudanças climáticas na região amazônica, o que representa um marco importante na luta global contra o aquecimento global. A cúpula encerrou com um compromisso de transformar a COP30 em um evento que impulsione transformações financeiras, tecnológicas e sociais rumo a um futuro mais sustentável.
Por Eduardo Souza
Com informações: Agência Brasil
Foto: Ricardo Stuckert/PR
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