A Polícia Judiciária de Minas Gerais (PJMG) finalizou, na quarta-feira (14 de maio), o inquérito instaurado para investigar o sinistro ocorrido na madrugada do dia 8 de abril do corrente ano, em Araguari, na região do Triângulo Mineiro. O condutor do veículo coletivo envolvido no evento, um indivíduo de 58 anos, foi formalmente acusado por 12 homicídios, qualificados pela impossibilidade de defesa das vítimas, e 46 tentativas de homicídio sob a mesma qualificação legal.
O evento danoso ocorreu no cruzamento das rodovias MG-223 e MG-413, após o ônibus sofrer um capotamento em uma curva e transpor a pista em torno de um separador de vias, deslocando-se por aproximadamente nove metros. Conforme a explicação do perito Daniel Luiz de Souza, todos os passageiros que não utilizavam o cinto de segurança foram expelidos para a área gramada e, subsequentemente, o veículo veio a colidí-los.
Por meio de diligências policiais, constatou-se que o motorista do ônibus agiu com dolo eventual, assumindo de maneira consciente o risco de produzir o resultado letal ao desconsiderar as normas de trânsito vigentes, bem como as fiscalizações que asseguram a segurança viária. O delegado Rodrigo Faria salientou que, durante a instrução do inquérito policial, foi possível verificar, principalmente através das provas objetivas – laudos de necropsia e de levantamento do local –, que o veículo trafegava em velocidade superior à permitida, especialmente em momentos que antecederam o acidente.
O delegado acrescentou que o motorista conduzia o veículo a uma velocidade significativamente acima do limite estabelecido para a via. Ainda segundo Faria, testemunhas corroboraram a intencionalidade do suspeito ao dirigir o ônibus em alta velocidade, caracterizando o dolo do delito. O delegado relatou que diversos passageiros confirmaram que o motorista, em paradas durante o trajeto, solicitava insistentemente que todos apertassem os cintos e se segurassem, pois necessitava recuperar o atraso no tempo de viagem. Considerando que o motorista prestou socorro às vítimas, ele responderá ao processo em liberdade.
Por: Eduardo Souza
Com informações: Polícia Civil de Minas Gerais
Foto: Divulgação/PCMG