Produtores de café no Sul de Minas enfrentam dificuldades com o rendimento da safra atual, que está na reta final, segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Os grãos colhidos estão mais leves, o que exige maior volume de café beneficiado para formar uma saca de 60 quilos.
A Fundação Procafé estima que 86% dos cafeicultores da região já concluíram a colheita. Na Cooxupé, considerada a maior cooperativa de café do mundo, o índice é de 83,9%. A maioria dos produtores encontra-se agora na fase de varrição, recolhendo os grãos que ficaram no chão das lavouras.
De acordo com o Cepea, a média habitual para completar uma saca de café beneficiado varia entre 7 e 8 “saquinhos”, unidade de medida utilizada no campo. Neste ano, há registros em Minas Gerais e no interior de São Paulo de produtores que precisam de até 12 saquinhos para atingir o mesmo volume.
Pesquisadores atribuem o baixo rendimento às condições climáticas adversas. A escassez de chuvas e as temperaturas acima da média durante o outono e o inverno de 2024 deixaram as lavouras debilitadas. A situação se agravou com a baixa pluviometria registrada entre meados de fevereiro e março deste ano, período crucial para a granação e maturação dos frutos.
O corretor de café Paulo Roberto Mendes afirma que a quebra na produção é evidente, embora ainda não haja números oficiais. Segundo ele, o mercado já sente os reflexos da situação. “A quebra é real. E nós não temos ainda um número concreto porque estamos na finalização e levantando café de varrição. Mas está precisando mais café para preencher uma saca. É climático mesmo. Uma seca e vários outros fatores também”, declarou.
Mendes também demonstrou preocupação com os impactos futuros. Para ele, as condições climáticas enfrentadas nesta temporada podem influenciar negativamente a produção de 2026. “Ele [o preço] vem evoluindo nessas duas semanas, em consequência a isso também. Só não temos um número exato ainda. […] Não tem como a gente prever. Pode mudar. Tudo pode correr tudo bem e pode piorar muito. Mas a expectativa esses dias agora está de alta”, afirmou.
Diante do cenário, o setor cafeeiro acompanha com atenção os desdobramentos da safra e os efeitos no mercado. A instabilidade climática e o aumento no custo de produção reforçam a necessidade de estratégias para mitigar os impactos e garantir a sustentabilidade da atividade.
Da redação do Jornal Panorama
Com informações: G 1
Imagem: FreePik/Imagem Ilustrativa
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